Não é nada fácil como muitos possam imaginar que uma cronista dos anos sessenta, como eu, possa escrever nos tempos atuais sobre certos aspectos sistêmicos, afinal, foram tantas as mudanças nestes últimos sessenta anos, que situar-me devidamente, não tem sido fácil.
Tudo foi mudando numa velocidade, nem sempre no mesmo ritmo dos devidos entendimentos, afinal, para tanto, foi preciso não parar para chorar qualquer possível leite derramado e aí, o mesmo foi coalhando nas mentes e criando crostas ressequidas que na mesma rapidez, endureceu a todos nós, criando uma insensibilidade social aliciadas por retóricas e fantasias que fomos absorvendo e incorporando como consolo para as nossas emoções e sentimentos, em sua maioria, perdidos em meio as avalanches intensas e ininterruptas de informações.
De repente, uma das saídas foi o de apresentar o que achávamos sobre qualquer coisa, reforçando as avalanches sobre qualquer aspecto do comportamento humano, político, social, isto, sem qualquer critério ou real conhecimento sobre o assunto, tornando o achismo, a pegada da hora, alcançando através da internet, milhares e até milhões de seguidores afins.
Isso é surreal se pararmos para pensar a respeito, mas quantos, verdadeiramente se dão a esse trabalho, afinal, pensar e analisar que em épocas passadas abriu caminhos e construiu pontes que facilitaram as convivências, hoje os que tentam, são execrados seja lá de onde for, afinal, dizem; ninguém tem mais tempo para pensar, pois é preciso agir.
Todavia, como sou uma crasy (louca) determinada, mesmo não falando escrevendo ou entendendo nem mesmo o português, lingua pátria, recuso-me a copiar ou simplesmente, seguir padrões alucinantes de comportamentos que me transformariam em mais um fantoche criado artificialmente pelas mídias, preferindo resguardar o tudo de bom que pelo fato de apenas não dispensar a lógica do bem comum, consegui com ela, traçar pequenos e precisos parâmetros avaliativos.
Agora, escrever sobre a parafernália com a qual, preciso conviver, confesso tem sido cada vez mais difícil, então, espertamente escrevo sobre o amor e hoje, em especial, sobre o amor dos homens que nós mulheres raramente avaliamos adequadamente, crendo por influências de posturas e comportamentos inadequados que são apresentados com maior frequência e visibilidade, que os mesmo, não sintam a grandiosidade de seus efeitos sobre si, transformando a mulher na maior e quase única capaz e amar e sofrer por amor.
Leviandade total que se escora no machismo, desconsiderando culturas educacionais, assim, como a maior exigência que as diferenças macho e fêmea trazem em seus DNA e as mensagens sublimadas que pouco a pouco, levam a ambos de volta a uma pré história, onde a força física, determinava as lideranças e os quereres...
Como então, saber distinguir e escrever por exemplo, sobre o homem de hoje, se minha formação, mestrado e doutorado foram calcados nos homens de ontem?
Será que no fundo, são os mesmos e só a estética é que se modificou ou, mudaram tanto, que já não é possível, distinguir-se o gênero em se tratando de amor e afetividade, entre homens e mulheres?
Tudo tem me parecido uma constante e tumultuada competição.
Será?
A cada dia, sinto que sei menos sobre tudo...
Regina Carvalho- 24.07.2024 Itaparica
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