Estranhamente neste amanhecer, poucos foram os pássaros que vieram me oferecer o bendito bom dia e ai, dando uns bordejos pelo quintal me esbaldando com os arrepios das brisas marinhas, lembrei que em breve, o mês de agosto estará chegando e com ele, os ventos fortes, a cara de pau dos velhos e tradicionais políticos e certamente, a volta triunfal dos sabiás, para tudo compensar, mesmo que vez por outra, se mostrem abusadamente invasivos, até mesmo, como já aconteceu comigo, assustando-me com seus voos rasantes e suas artilharias em forma de defecação, expulsando-me do balanço, no qual, em todas as manhãs, assisto ao show de um novo amanhecer.
Como então, não comparar políticos e sabiás, em suas investidas tempestuosas, cagando se necessário pra eles, na cabeça de todos nós, tão logo se veem eleitos e donos da situação, nem que a previsão seja por apenas quatro anos?
O sabiá, pelo menos retorna a cada ano, trazendo consigo, a leveza de um belo canto que nos faz fechar os olhos para as suas sempre estripulias, sabiamente despertando em nós, a bendita poesia, que a vida oferece.
Penso então, no quanto, políticos deveriam aprender com os sabiás, aperfeiçoando suas capacidades de envolvimento emocional, ao invés de estarem sempre pagando e pagando por uma admiração, jamais existente e uma fidelidade medida em moedas.
Enfadonha e medíocre são suas existências, só suportável com a adição de extras que os fazem pensar que são os tais, diferentemente dos sabiás que já nasceram sendo.
Regina Carvalho- 17.07.2024 Itaparica
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