Chove fraquinho lá fora, mas o frio até o momento se mantém escondido, provavelmente, não para o baiano, mas pra mim, já que apesar de ser carioca, passei grande parte da minha vida entre as montanhas e colinas mineiras, onde o vento faz curva e o sol se esconde...
Neste instante, o som leve da chuva, interage com a estridulação dos grilos em rápida debandagem e a melodia suave cantada por Johnny Mathis -All I Ask of You ( tudo que eu peço a você), talvez, tenha sido tudo que sempre esperei encontrar nas pessoas com as quais convivi, nada além da autenticidade, atributo tão raro, que quando encontrado é o mesmo que ganhar um inestimável prêmio.
Assim sou, desde sempre, afinal, como dizia meu irreverente pai; “merda pouca é bobagem”, portanto, se tenho que amargar o pão azedo da sobrevivência, junto a mim, só mesmo os sabores, aromas e texturas que minha apurada sensibilidade percebe e que, geralmente, não preenche os requisitos dos aparentemente descolados, que em sua maioria, não passam de tolos, rebocados com os guaches coloridos dos sistemas viciados e sem qualquer relevância universal.
E aí, confesso que consegui, não uma multidão na somatória de minha existência, mas preciosos exemplos a cada tempo de acordo com as minhas mais profundas necessidades, estivessem eles próximos fisicamente ou a uma distância que jamais pesou, pois, quando existe a união das benditas afinidades, proximidades corpóreas, é apenas um detalhe.
E aí, penso na ventura constante que tem sido a minha vida, repleta de encantos mil, jamais encontrados a venda seja lá em que loja for, seja daqui ou de Dubai...
Beijos e um bom dia de quem amanheceu mais um dia, dona de si, feliz por apenas existir e ainda, com o privilégio de ter, fazer e sentir o que gosta, neste paraíso de luz e calor, chamado Itaparica.
Regina Carvalho- 12.07.2024 Itaparica
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