Há quem tenha insônia, por não conseguir calar a mente, o que não é o meu caso, pois, desde sempre, com raríssimas exceções ao longo da vida, durmo até sentada, caso não obedeça ao meu relógio biológico que como um cuco programado, liga e desliga o meu sistema.
Se durmo sentada, também acordo correndo as 500 milhas de Indianápolis, precisando de muito folego para acompanhar esta minha mente com motor envenenado que se delicia nas curvas inclinadas, mesmo estando deitada no meu berço esplêndido da terceira idade.
Que é isso, minha gente!?
Pensei em escrever sobre uma das opções que a dona mente me ofereceu, porém, nada poderia escrever sem música, então, como se guiada por mãos espirituais, teclei justo, na canção It's Impossible (isso é impossível), tema de um belíssimo filme que não assisti, mas cuja música me fascinou e me garantiu que nada me impediria mentalmente de vivenciar os meus impulsos de garota livre que já naquela época, percebia-se incrivelmente, aventureira, mas infelizmente, com os pés e pernas amarradas numa família tradicional, onde moça de família, precisava pisar miúdo.
Se meus passos eram miúdos, minha mente, já voava com as borboletas e de caronas em suas asas, fiz coisas que até a mim surpreendia, sacramentando a certeza de que, jamais deixaria escapar a natureza livre que me fazia sentir a vida simplesmente maravilhosa, ao ponto de admirar as belas gramas dos jardins vizinhos e ao invés de inveja-los, projetar-me neles e me esbaldar, sugando o tudo de bom e assim, voltando para o real, reabastecida e prontinha para encarar o que viesse, afinal, eu poderia estar em qualquer lugar, a qualquer hora e melhor, com quem quisesse, justo porque, pra mim, nada era impossível.
Será que é assim que funciona com os romancistas e poetas ou depende tão somente, de uma descomunal ânsia de viver a vida sem fronteiras limitantes?
Sei lá...
Diga aí, o que você acha?
Um “Bom dia” safadinho da Regina aventureira...
Regina Carvalho- 22.07.2024 Itaparica
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