Com o passar do tempo, fui percebendo que mais do que ver alterando-se, meu corpo, pele e cabelos, também o meu humor, mostrando uma certa preguiça em relação aos movimentos do mundo.
Percebi que fui ficando mais tolerante, aposentando o imediato impulso avaliativo, que provocou inúmeros enganos, todavia, bem mais contundente nas conclusões, não permitindo que antigos e arraigados sentimentos, atuassem, desviando meus propósitos, quanto, a manutenção da paz.
Tudo foi se alterando bem mais lentamente que o apressado tempo, todavia, não menos eficaz e isso, percebo claramente, tem sido um prêmio, mesmo que de consolação, por aceitar, tanto um como o outro, sem lamúrias e possíveis depressões.
Por outro lado, percebo também que fui ficando mais seletiva, numa persistente exigência pessoal, determinada unicamente pela minha vontade em não permitir que absolutamente nada que estivesse ao meu alcance alterar, pudesse continuar criando e fortalecendo raízes em minha vida.
Jamais poderia imaginar que ao desejar e cultivar a paz, meu terreno pessoal, fosse ficando tão fértil e ricamente adornado com um entorno amável, bonito e agregativo, chamado verdade.
Pessoalmente, chamo de capoeira (conjunto de vegetações) e que, apesar de aparentemente limitada é capaz de produzir todos os nutrientes de que meu plantel necessita.
Neste amanhecer em que pondero sobre minhas observações pessoais, sentindo-me integrada a natureza e a vida, onde nada, absolutamente nada, compete, apenas, harmoniosamente, compartilha, ficando até mesmo, a morte pela sobrevivência, como um lauto farnel, onde cada um a seu tempo, se nutre e se respeita.
E somos nós, os astutos inteligentes?
Regina Carvalho- 7.07.2024 Itaparica
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