Por favor, me entendam, já que não estou pretendendo defender os direitos de qualquer tipo de classe social, seja abastada ou não e sim, lembrar a quem me lê, que toda e qualquer manifestação hipócrita, no mínimo esconde a mentira e a inveja em se tratando de diferenças sociais, afinal, elas sempre existirão, até porque, as pessoas são diferentes em suas capacidades cognitivas, em suas origens culturais e oportunidades sociais.
Pensar e trabalhar efetivamente para que estas diferenças não sejam cruéis e nocivas a pessoa humana, não significa ter que criminalizar quem tem ou não recursos financeiros e econômicos.
Pertencer a classe proletária, não deveria estar associado a pobreza extrema e tão pouco a miséria, assim como, transformar a classe bastada em carrascos, feitores e capitães do mato ou asfalto social.
Lembro que não sou socióloga, tão somente, uma cronista e como tal, observadora, que vem acompanhando uma revolução de costumes que antes de tudo, generaliza culpando e só enxergando as exceções danosas, afim de justificarem suas lutas em prol de atingirem os patamares daqueles a quem criticam, o que na modéstia de meus entendimentos é incoerente e acima de tudo, fomentador de revoltas e separatismos, desviando assim a atenção do cerne real das questões.
Às vezes, penso que vivi a minha vida, num outro Brasil, que não é o que a mídia mostra com insistência, fazendo-se de esclarecedora e promotora da justiça social por um lado e estimuladora acirrada das contínuas rachaduras sociais, estimulando um consumo surreal as reais necessidades de qualquer ser humano, seja rico, pobre ou remediado, mas mantendo-se atreladas aos patrocinadores, ricos produtores, comerciantes ou industriais que, afinal, empregam, oferecendo meios de subsistência à massa em todos os níveis em que ela se apresenta, ao contrário de uma classe política e jurídica, oportunista, preguiçosa, viciada e hipócrita, levando-me a constatar dentro de minha capacidade avaliativa que estimula-se o Deus, afim de suas bênçãos e ao mesmo tempo ao Diabo para combate-lo, numa guerra insana de poder e grana, deixando de lado, camuflado por debaixo do tapete, políticas econômicas que sorrateiramente a despeito de qualquer razoável senso humanitário, mantendo enganada e frágil a maior parcela do povo em nome de um progresso que chega a conta gotas e de um equilíbrio social que só desce a ladeira ao encontro da marginalização em cada pedacinho deste país varonil.
Viva o Brasil de Cabral, das mentiras e dos engodos.
Viva o Brasil dos trios elétricos, do axé e do samba.
Viva o Brasil dos incautos e dos aplausos da ignorância.
Viva o Brasil dos 5570 municípios em vinte seis estados que abrigam a maior “corriola” de meliantes públicos, possíveis de serem descritos em versos e prosas, capazes de com pose e arrogância de autoridades, se dizerem honestos, mesmo estando aptos a serem enquadrados nos artigos 156 e 171 dentre outros do código penal, criados por eles mesmos, levando a maioria do povo de uma das terras mais benditamente rica e bela deste Planeta a um contínuo e crescente caos social.
A culpa é realmente de quem tem, de quem não tem ou de uma parcela gigantesca de parasitas que tudo querem...
Então, como acreditar em quem e no quê?
Regina Carvalho- 29.04.2024 Itaparica
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