... além de sol, chuva e as vezes os dois juntos, para festejar o “casamento da viúva”, como costumava-se ensinar as crianças de meu tempo.
Nossa que coisa mais antiga este tal de “meu tempo”, afinal, meu tempo é sempre o agora, enquanto, vivo e saboreio as delícias e os amargos e onde, vou treinando incessantemente a arte da minha sobrevivência em relação a mim mesma, frente a diversidade infinita que se apresenta, num exercício aparentemente igual, mas que não o é, na medida que há muito já me provou, ser um poço sem fundo de onde emergem surpreendentes performances, teatralizando os mesmos textos.
Meu tempo, seu tempo, congelou-se nas lembranças de cada um de nós, transformando cada ser humano num manancial de referências tão palpáveis, quanto, os efeitos emocionais que permanecem aprimorando e referenciando como um esmeril e nem sempre, sendo capaz de polir devidamente, a casca muitas vezes bruta de nossas emoções.
Deus!!!
Ainda bem que podemos tê-lo como primeiro e último recurso, frente aos costumeiros afogamentos nos mares de nós mesmos.
Meu tempo, seu tempo é todo aquele em que se é capaz de emergir de si a cada amanhecer, com a inspiração amorosa da não sensação de ser o último, mas tão somente, o único, onde o que for dito e feito, garantirá a qualidade da existência, expondo sem disfarces, toda e qualquer ranhura deixada pelas falhas dos polimentos.
Ficando reservado aos artistas, as cores e os perfumes que oferecem como se cada, fosse um adendo que lhes sobra e que, naturalmente, distribuem aos demais em cada tempo existencial.
Regina Carvalho- 05.04.2024 Itaparica
Sol e chuva trazem o fantástico Arco Iris do aqui e do agora.
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