Caminhando até o portão, logo bem cedinho, afim de apagar o holofote, fui com a mente, agradecendo a felicidade de ter amanhecido e com os meus olhos, alimentando a paixão que nutro por este pedaço de paraíso que simplesmente sou apaixonada, apenas lamentando não dispor de mais recursos financeiros para mantê-lo mais bem tratado, como creio que mereça, mas aí, o ar bendito que fui respirando, consolou-me generosamente, afinal, cada um oferece ao Deus que lhe cerca e encanta, tudo quanto dispõe de relevante e no meu caso, minha gratidão e amor, mantém viva a sua presença, fazendo a terra, as árvores e o tudo que o compõem, inspira-me, atraindo com abundância, pássaros e borboletas e nesta época, barulhentas cigarras nos finais das tardes, afim de que eu saiba que ele, o Deus bendito que habita em mim e em tudo que me cerca agradece a minha devoção.
Então, também de imediato penso que o tudo mais que recebi, no decorrer de minha vida, foi a expressão exata do que cada criatura tinha e podia me oferecer, assim como eu a elas e sem medidas e juízos de valores, segui enfrente, apenas agradecendo o privilégio de tê-las por instantes ou longo período, abrilhantando os meus sorrisos ou fazendo doer a minha alma, mas sempre, ajudando-me a evoluir como criatura humana.
É preciso não esquecer que oferecemos, somente o que dispomos e recebemos, na medida exata de nossas necessidades que podem se resumir em mais um fundamental aprendizado, já que nada vibracional se perde em meio a vida, ficando a sensação de mágoa, tristeza e até a raiva motivada pelas frustrações, como uma ainda, expressão arrogante e presunçosa de nossa ignorância existencial em acharmos que somos o centro da vida e não, apenas, mais um espetacular fragmento de vida, com a capacidade em propiciar mais e mais vida no contexto gigantesco e infinito da própria vida.
Simples assim...
Regina Carvalho- 09.04.2024 Itaparica
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