quinta-feira, 4 de abril de 2024

IMAGINE SE EU FOSSE...

Nesta noite que se inicia, já mais conformada com a raça humana com a sua costumeira multiplicidade de caráter, adaptável as pontuais necessidades, reparo que esta minha cada vez maior tolerância com as seguidas decepções que, ainda me pegam de um jeito bem dolorido, se dá ao fato de há muitos anos, ter pousado meus olhos e sem descanso até o momento, sorvendo o Novo Testamento, especificamente em Mateus, buscando  nas leituras e releituras das citações, maiores entendimentos das mensagens de Jesus, confessando a você que me lê, que a cada leitura dos mesmos capítulos com seus fartos versículos, mais se ampliam as  intenções do mestre.

Sorrio neste instante, afinal, isso porque eu não sou uma pessoa religiosa, imagine se eu fosse...

Nos últimos 21 anos acabei tornando-me uma aficionada em adentrar nas passadas desta criatura que me inspira profundamente, assoprando em minha mente, o que devo ler e correlacionar com meus textos e hoje, novamente, busquei entendimento na passagem em que ele, responde a Pedro sobre o perdão que deve ser oferecido setenta vezes 7.


O objetivo de Jesus Cristo era ensinar que o verdadeiro perdão jamais poderá ser contabilizado, ele utilizou a expressão “setenta vezes sete” para mostrar que o espírito do perdão genuíno não conhece fronteiras. O perdão é um estado de coração, não matéria de cálculo.

Todavia sou a Regininha palpiteira e vou mais além, crendo que ele, também deixou para cada ser humano a capacidade genuína da escolha do quanto é capaz de perdoar, sem que haja a nódoa da decepção e da mágoa, fazendo do ato de perdoar, um rico aprendizado e com isto, deixando o ato de perdoar os nossos semelhantes como uma bênção pessoal, não permitindo que a falta cometida pelo outro, permaneça martirizando e consequentemente, estimulando vingança e mais dores.

Difícil, quase uma tarefa impossível se ao invés de se dobrar os joelhos em orações e louvores, não houver uma imersão profunda nas benditas intenções das ações e reações deste mestre amoroso e justo.

Na realidade, em todas as ocasiões em que o fantasma da dor da decepção me ronda, busco na mente as recomendações do Mestre em Mateus 18,22“Eu lhe digo, não até sete vezes, mas até setenta vezes sete”.

Em um livro que escrevi, intitulado de Equilíbrio Razão e Amor, ressalto que o mal emocional que nos causaram, não pode se transformar em um contínuo estupro emocional que flagela a mente, o psíquico e a alma, isto, quando não adoece o físico.

Ou seja: Perdoar não é esquecer e sim um rico aprendizado, onde o mal contido no outro, a ele e só a ele pertence, e que não devemos trazer para nós.

Simples assim...

Regia Carvalho. 03.04.2024 Itaparica

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