Quando o sistema ou a minha ignorância( na maioria das vezes),cobrava seu preço, Regininha ora curvava-se as circunstâncias, geralmente, necessitando recarregar as forças, ora desembainhava uma coragem forjada pelo medo de sucumbir, mas em ambos os casos, jamais me escondendo das consequências e as encarando como justas, afinal, mesmo na arrogância das tentativas mal articuladas, havia a consciência de que nada deixaria de ter o seu devido preço e que de uma forma ou de outra, deveria ser pago.
Portanto, jamais houve lamentos, apenas, incríveis aprendizados que trouxeram com eles, uma abertura magnífica de mundo e de mim em cada aspecto dele.
Há poucos dias, recebendo a visita querida de um amigo em minha casa, conversávamos relembrando as nossas juventudes e as muitas asneiras que fizemos, acreditando que precisávamos muito conquistar isto ou aquilo, sem medirmos nossas reais possibilidades e dos momentos cruciais, onde por motivos que nós, acreditamos tratar-se de obra divina, já que além de sacudir nossas vidas de ponta cabeça, ainda nos manteve alertas para captarmos as mensagens que mostravam sem disfarces, a nossa enorme estupidez, levando-nos a redimensionar os velhos e poderosos valores que esculpiram as nossas essências.
Maravilhoso encontro de gerações, que atestou o quanto, independentemente da distância entre elas, os aprendizados se parecem, mesmo que os motivadores dos tombos vivenciais, sejam diferentes.
Entendemos juntos, num papo informal que ambos nos recusamos aos quadrados impostos pelo sistema e que pela ignorância, fomos martelando as paredes, tentando ampliar o espaço inutilmente e só depois, dos muitos ferimentos, absolutamente desnecessários, compreendemos que pássaros voam, afim de construírem seus ninhos, adequando-os as suas reais necessidades e não fechados em quadrados, derrubando paredes e disputando um espaço onde estamos, apenas de passagem...
Regina Carvalho- 27.04.2024 Itaparica.
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