Estou aqui pensando, depois de ler um testamento de um comentário de um “amigo” online em uma de minhas postagens e recordando outras mais sintetizadas, mas não menos carregada de frustração, inveja, despeito, arrogância e imaturidade que, só posso sentir é uma pena enorme, pelo desperdício de tempo e energias.
E aí, penso que quando nos deixamos arrastar por estes sentimentos tão devastadores, deixamos de usufruir e mesmo de reconhecer o quanto, estamos nos desgastando emocionalmente e deixando de dividir com o outro o que de melhor existe em nós.
Fala-se em preconceito contra os nordestinos como se isso fosse uma regra máxima, uma verdade totalitária, assim, como pelo fato de sermos letrados e brancos, nunca tivéssemos tido necessidade de lutar para ter, seja lá o que for, afinal, nascer no sudeste ou no sul é blindagem para tudo de ruim e, somente o coitado do nordestino tivesse que lutar para sobreviver.
Triste é quando para defender o nosso quinhão, precisamos pisotear o quinhão alheio em argumentações estreitas, rasas e absurdamente chulas.
E isso se não for preconceito, calcado numa imensa carga de insegurança e frustração, não sei mais o que poderia ser.
Escritores e poetas, assim como compositores a exemplo de Luiz Gonzaga. Retrataram em minúcias os calvários dos nordestinos muitos deles, desenhando com palavras suas próprias agruras, em gritos de socorro por um abandono historicamente perverso, mas os tempos mudaram, só não mudou o ranso que é utilizado como bandeira, por alguns espertos nordestinos, não na busca de um real desenvolvimento, mas com refrão mais do que batido de uma ladainha improdutiva, porque, afinal, nós sulistas somos aqueles que chegam em todos os tempos trazendo novas visões, novos recursos, novas afetividades.
Itaparica e o nordeste em si, são exemplos vivos de que jamais precisaram de um sulista para roubar os cofres públicos, flagelando vergonhosamente os direitos de seus vizinhos e irmãos de sofrimentos.
Sair do passado feudal e elitista e enxergar o presente, seria um bom passo para de verdade unir forças para acabar com o servilismo que ainda está impregnado naqueles que por falta de visão, não enxergam ou por aqueles safados nordestinos, que ambos conhecemos e que usam das falácias para manterem seus irmãos no cabresto.
Exibir erudição seja no que for é para ser dividida e não para servir de açoite verborreico e exibição mambembe.
Sou sulista, branca, de família classe média, estudada e, assim como tantos outros, escolhemos o nordeste para investir, viver e ser feliz. Foi aqui que encontrei o tudo de bom, portanto, não aceito que nenhum nordestino metido a sabichão, venha me acusar de preconceituosa, pois, peço licença e mando a MERDA.
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