Acordei com a sensação absurdamente envolvente do dever cumprido e, por ser uma emoção muito definitiva, minha natureza questionadora quis ir mais além, buscando um também absoluto entendimento, afinal, ir no caminho inverso da maioria que acredita que em quanto há vida, também há culpa de se achar que algo ainda está por fazer, com certeza, não é uma tarefa fácil e muito menos, simpática e aceitável no meio em que se vive.
Passei a vida, usando a bendita lógica do amor, como determinante de minhas ações, pois, precisei saber por todo o tempo que o que ia fazer, condizia com a paz emocional da qual, eu sabia não poder prescindir e para tanto, fui muito além das convenções pré-estabelecidas em muitas ocasiões, expondo-me sem constrangimentos, já que agia, segundo a orientação de minha própria consciência.
Agora, aqui neste amanhecer do último sábado do mês de outubro, posso finalmente, na companhia dos meus pássaros e do solzinho ainda brando, pensar, certificando-me que posso respirar fundo e relaxar, já que o que eu, acreditei que precisava ser feito, eu fiz, se não dentro dos padrões da cartilha que me foi ofertada pelo sistema social no qual, nasci e me criei, pelo menos, sobrevivi ao ponto de neste instante, poder sentir o meu todo de criatura humana, leve e solta e isso é muito gratificante.
Portanto, em meio a esta sensação pra lá de gostosa, tudo que vier doravante, como diz na gíria, eu traço.
Afinal, amei demais, consegui reter ao meu lado por toda uma vida, um ser humano, amigo, muito mais que marido, já que me amparou e me acolheu, sem tentar me modificar, escrevi não um, mas duas dezenas de livros, colocando em cada um, apenas a minha alma livre e amorosa, eduquei dois filhos incrivelmente lindos e talentosos, cuidei de meus velhos, como se bordasse a minha própria vida e busquei a cada instante, ser apenas leal e feliz, portanto, traçarei o que vier sorrindo como “Hors concours, pelas infinitas lutas e vitórias alcançadas.”
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