Parece até sonho, mas o dia amanheceu com sol, sem ter forças para espantar o friozinho e o vento teimoso que insistem em permanecerem me obrigando a usar cachecol, pois, são inimigos ferozes de minha garganta.
Cuido direitinho de mim, aliás, sempre fui muito zelosa com o meu bem estar físico, afinal, há muito conscientizei-me de que não teria reposição do mesmo, então, raras foram as ocasiões de distração, onde descuidar da minha pousada existencial, deixou de ser a minha prioridade.
Ensinaram-me desde bem pequena que, como mais um elemento desta natureza fantástica, eu deveria manter-me saudável e bem disposta, levando ao meu cérebro mensagens constantes de toda a minha alegria por estar vivendo, não como uma obrigação, mas como uma realidade que só dependeria de mim, afim de que a minha passagem pela terra, fosse incrivelmente satisfatória.
E não é que tem dado certo até o momento!
Isso não quer dizer que minha vida tenha sido um mar de rosas, afinal, meu histórico é rico em contornar obstáculos, caminhar em desertos, mergulhar em águas profundas, todavia, como só dependia de mim, estar bem, nada, absolutamente nada, foi capaz de ser mais forte e determinante que o meu prazer de estar existindo e aí, arrebanhei infelizmente, muitos ventos frios que teimosamente, desejaram adoecer-me, hoje, com certeza, sei que foram os vendavais da inveja, por não serem tão fortes como os coqueiros flexíveis nos quais me inspirei para, justamente, sobreviver a uma certa maldade humana, sempre pronta a quebrar nossas colunas de sustentação.
Ainda hoje, tenho dois lindos e frondosos coqueiros diante de minha casa e todos os dias os aprecio nos seus bailados, ao ritmo dos ventos e brisas marinhas, então, me identifico e me sinto incrivelmente, forte e bem acompanhada...
” Este texto dedico a linda amiga Vania Ortiz que como um coqueiro flexível, reverencia a vida a cada dia, ostentando o seu prazer de viver, através do apuro com o seu corpo e sua elegância como pessoa, lembrando a mim e com certeza a outros, que viver com sabedoria é antes de tudo, uma sequência de atos de amor, consigo mesmo”.
Afinal, só pessoas que se amam, são capazes de amar o tudo mais...
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