Hoje, acordei pensando nos meus mortos e no quanto, eu deveria tê-los considerado, afinal, eles se esforçaram para que eu tivesse uma vida plena e segura e, sinceramente, penso que não, afinal, ser filha, nora, esposa era tão natural que o receber era normal ao ponto de não haver avaliações, quanto ao dar em troca.
Só agora, no auge de meus estudos filosóficos em relação as emoções humanas é que acabei esbarrando no meu egocentrismo e aí, meu Deus, dobro-me de vergonha, já que percebo abismada, o quanto fui egoísta e só pensei em mim, sempre esperando de todos eles, a sagrada compreensão comigo e minhas manias, sem verdadeiramente interessar-me com suas reações íntimas e no quanto, estas, os faziam sofrer.
Achei-me sempre tão bonitinha e certinha, seguramente amparada no forte suporte de seus amores incondicionais, que jamais passou-me pela cabeça a possibilidade de estar sendo contrária a tudo quanto, esperavam de mim, após tantos esforços para que nada, absolutamente nada me faltasse em nenhum aspecto.
Afinal, na arrogância humana que também caminha lado a lado comigo, no máximo, me consolei nos esporádicos momentos de consciência, pensando no que ofereci, fosse isso ou aquilo a eles, numa balança mental de compensações, como lapidar constantemente o amor, a dedicação e a tolerância, não fossem os ingredientes básicos para toda a empatia que sentiam em relação a mim e que deveriam ter sido sentimentos extremamente testados, já que nem sempre, eu mesma me suportara.
Por que, neste domingo friorento e chuvoso estou pensando nisto?
Provavelmente porque, assim como eles, não sei quando, partirei e como sempre afirmo, não quero levar pendências vibratórias para este universo incrível que me aguarda e tão pouco, deixar um legado de negações emocionais.
Tá certo, concordo com você que me lê, que sou uma porra louca em vários aspectos, mas negacionista jamais poderão me classificar, já que me rasgo toda se necessário, assim como pacientemente, costuro as sobras, depois de alinhavar-me inteira a cada dúvida que esteja tirando de mim, a sensação deliciosa de ser livre para voar na companhia de pássaros e borboletas e de lindos seres humanos que estão sempre ao meu lado, inspirando-me, socorrendo-me e me transformando a cada instante, num serzinho um pouco mais merecedor desta preciosa vida.
Beijos e um domingo sereno para você que me lê.
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