A transgressão emocional sempre foi a minha força de empoderamento e uma forma minha pessoal de não ser uma submissa ao sistema que como um carrasco frio e impessoal, simplesmente cumpre com o seu papel, determinado por infinitos interesses de todas as ordens, mas que, não necessariamente é capaz de ser suportado por algumas pessoas, no que me incluí, afinal, teci uma espécie de rede protetora e invisível que me permitia por pura intuição seguir minhas próprias regras e nelas, apenas o senso de meu amor a vida e a tudo que nela respirasse, mereceria a minha atenção.
E assim, fui aos poucos ganhando uma força que em poemas registrei em um livro que intitulei de “FORÇA ESTRANHA” por volta dos trinta e poucos anos, mal sabendo que precisaria ainda de mais quarenta para finalmente, poder amanhecer e anoitecer sorrindo, independentemente do que o dia tenha me reservado, mas é claro, que se for os dias que venho vivendo nos últimos anos, sorrir é tudo que me resta, pois, até mesmo a perda de meu Roberto, traz saudades, mas jamais dor ou incapacidade de querer viver muito.
Hoje, enquanto fazia uma pequena viagem nos entornos da cidade aonde ela mora, conhecendo novas paisagens praianas e apreciando mil maravilhas paisagísticas que este sul é capaz de oferecer para olhos apaixonados pela natureza como eu, sorri por todo o tempo, numa incansável gratidão a este universo com suas energias benditas que ao meu lado, fazem-me sentir e vivenciar somente o melhor que a vida pode oferecer e que infelizmente para a maioria é quase nada, porque falta-lhes tempo e muitas vezes coragem para romperem a expeça malha que os aprisiona em falsos valores, tirando-os o prazer de simplesmente existirem com o pouco que é muito e que verdadeiramente seguirá conosco, quando finalmente, transmutarmos para outras dimensões.
São quase meia noite e fugindo a todos os meus hábitos, estou acordada e acreditem, numa incrível disposição de alegria e paz, que o simples fato de ter passado um dia de muitas maravilhas me abasteceu.
Transgrido conscientemente, quando não me permito deixar de sorrir, mesmo quando o sistema carrasco me cobra mesmo silenciosamente que eu, não o faça.
Mas eu ainda assim sorrio numa gratidão sem limites, única forma que encontrei de estar bem juntinho de Deus, senhor que domina as minhas intenções e delineia o meu amor.
Neste instante, olhando a foto que tirei nesta manhã com minha filha, parceira e amiga de todos os instantes, descubro mais uma vez que estou bonita, saudável e amando as rugas e os cabelos brancos e considerando-os os meu troféus de vida e liberdade que a minha constante transgressão me garantiu até o momento, fazendo de mim, tão somente, uma mulher que não se dobrou ao sistema, única e exclusivamente porque, mesmo a principio intuitivamente e com o passar do tempo pela experiência, que não valia a pena desperdiçar a única chance de viver plenamente este presente que é a minha própria vida e ainda de quebra, acompanhada em cada fase por um punhado de gente linda para eu amar.
Transgrido, andando sem pressa para o infinito de mim mesma ao encontro sempre bendito de lindas almas que acolho em meu coração e para os quais delicadamente ouso dizer” Eu te amo”
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