Neste amanhecer ao contrario dos dias anteriores, não me apressei para escrever, afinal, apreciar um certo pássaro se exibindo para mim, pareceu-me prioridade.
Compreendo o quanto possa parecer absolutamente ridículo, um alguém em meio a infinitos problemas e complexidades do apenas vivenciar um cotidiano, onde sobreviver e ainda ter que se adequar aos “infinitos politicamente corretos e não me toques”, falar e escrever sobre pássaros, possa parecer surreal.
Mas o que posso fazer se a partir deles, encontro estímulo para o tudo mais?
Se com eles, sou capaz de voar para céus e terras sem limites de tempo ou distância e ainda assim, não sentir cansaço e muito menos enfado.
Culpa? Nem em sonhos...
Como posso viver sem copia-los na liberdade que insistentes me exibem a cada amanhecer, colocando em mim suas próprias asas com a ternura de mestres dedicados?
Como posso, sendo livre como os pássaros, frear o natural impulso de cada voo que meus sentidos remetem à minha alma de tão somente, uma mulher absolutamente capaz de ser e de sentir, num espaço sem travas a céu aberto?
Então, eu compreendo com o coração manso, o tanto que o meu ridículo, pode assustar, porque apesar de ridículo, também é uma tentação, muitas vezes irresistível, talvez o espelho que reflita o ideal que é justo, poder voar, tal qual, fazem os pássaros ao encontro cotidiano com o simplesmente, inusitado.
E nesses voos dos quais, não abro mão, questiono Deus, abusada como sou, querendo saber até quando, esta sua humanidade resistirá sem conhecer o amor a própria vida, principio básico para amar o tudo mais.
O Tico-Tico, veio reforçar o que o meu sabiá já havia me ensinado que, apesar de ser livre e poder voar em mil escolhas e ser fiel ao seu bando apreciando outras paragens, ainda assim, era sensível e tinha tempo para me oferecer um bom dia, neste adorável amanhecer.
Olha só que delícia!!!
Como deixar de ser convictamente ridícula?
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