Nesta manhã do sul de meu país varonil, aonde o frio ainda é presença marcante me obrigando a encapotar-me, já que sou como um cãozinho friorento, ainda assim, supero as minhas limitações e diante deste notebook inicio o meu dia, fazendo o que mais gosto que é justo, escrever.
Escrever, nem sempre o que alguns esperam de mim, principalmente, quando enveredo pela política, caminho tortuoso que faz doer minha alma e chorar meu coração de humanista realista, que sabe que é possível reverter-se situações indignas em favor de apenas seres humanos.
No entanto, reconheço que quanto mais eu fui escrevendo nos últimos 200 anos, pois, é assim que me sinto, mais vi piorar os sistemas políticos/ sociais que, manipuladores e enganadores, vez por outra se transvestiram de generosidade, iludindo aos tolos e beneficiando- se duplamente.
Nem sempre acordo com doces poesias na mente, nem sempre acordo podendo disfarçar a minha dor existencial em saber de gente que ainda passa fome, sofre sem ter acesso a assistência médica e morre em meio a uma violência desmedida, enquanto, hienas e carcarás, disputam até as vísceras do farto farnel.
Dói em ter que acreditar para não deixar morrer a esperança. Dói por estar ainda lutando, só para não deixar de esperançar um amanhã menos cruel, porque o ontem e o hoje, fazem chorar.
Futuro...
Será que o teremos com estes modelos esquizofrênicos e psicopáticos que se apresentam como autoridades ou pseudos salvadores?
Antes de mim, muitos outros clamaram em versos e prosas as dores do mundo.
“Deus! ó Deus! onde estás que não respondes?
Em que mundo, em qu'estrela tu t'escondes
Embuçado nos céus?
Há dois mil anos te mandei meu grito,
Que embalde desde então corre o infinito...
Onde estás, Senhor Deus?”...
Castro Alves- Vozes D’África
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