No meu caso em especial são tantos os adeuses que é melhor eu nem contar, opto em ficar neste que acaba daqui a poucas horas, num simbolismo de encerramento necessário, a fim de que nós, seres humanos, possamos dar uma profunda respirada, acreditando que, em seguida, chega um novo ano que nos compensará pelas perdas e danos.
Esperança, otimismo, é o que nos move e celebrar novas perspectivas é que nos impulsiona a continuar a jornada, num toma lá, dá cá, de sentimentos e emoções.
A todos os amigos restritos ao face ou aqueles cujo cheirinho e o calor de um fraterno abraço, já pude sentir, o carinho e gratidão por mais um ano de companhia, rogando a Deus que os convença nos momentos difíceis que sempre vale a pena viver, pois toda esta maravilha que é a terra e o universo, propiciam vidas e precisam das nossas vibrações amorosas para que continuem a girar, propiciando mais e mais vidas.
Um beijo na alma de todos e até 2019!
segunda-feira, 31 de dezembro de 2018
domingo, 30 de dezembro de 2018
Banana Split
Dizem que
recordar é viver e reviver momentos especiais e, gente, não é que é verdade...
Hoje por
exemplo, do nada, lembrei do dia em que minha mãe cedeu aos meus insistentes
pedidos e me levou numa sorveteria na orla de Copacabana para saborear o tão
sonhado e famoso lançamento que estava na moda e nos desejos juvenis: “banana split”.
Nem eu
sequer imaginava o que seria a tal da banana split, além de deduzir que seria
feito à base de bananas, mas a imaginação criara fantasias e sabores estupendos
e, de repente, quando finalmente a garçonete colocou a travessa diante de mim,
o silêncio da decepção foi tanto que só me lembro da gargalhada de minha mãe,
sempre muito palhaça e bem- humorada, dizendo:
- Mas é isso
que você queria? Por que não me explicou que eu teria feito lá em casa e bem
mais barato.
Pois é,
recordar esta decepção, não me faz esquecer das delícias da sorveteria de
frutas do Morais na Visconde de Pirajá, esquina com Garcia D’avila, em Ipanema
no Rio de Janeiro, onde saboreei incansavelmente o sorvete de milho verde mais
saboroso do mundo, assim como era possível encontrar o bendito cuscuz de
tapioca com coco, inigualável...
Os donos
eram portugueses, mas as almas com certeza eram baianas.
Faltam dois
dias para o ano terminar e tudo que me vem a cabeça são recordações
gastronômicas.
Que coisa,
hein!...
CULTURA ESQUECIDA
Jamais
entendi por que as culturas locais da maioria das cidades são apenas lembradas
em épocas pontuais em apresentações se adequando ao nível de desenvolvimento de
cada região.
Concordo que
sou uma chata observadora que não se conforma com o que fazem com as culturas
ao usá-las como se fossem macaquinhos vestidos com trajes ultrajantes que eram
presos aos realejos para tirarem a sorte de quem ia nos parques e circos de
antigamente.
Alguém ainda
se lembra ou chegou a conhecer?
Esta
semelhança aviltante que, em dado momento, surgiu em minha mente ainda criança
fez com que eu rejeitasse tais apresentações, pois fui compreendendo que por trás
destes grupos culturais existem pessoas lindas, resistentes, em sua maioria
carentes, que se condicionaram a ter luz apenas em datas especiais.
No restante
do tempo são esquecidos e marginalizados; e isso sempre me revoltou, já que são
na realidade a representatividade da história de um povo, uma cidade, uma
civilização.
Desculpem o
desabafo, mas é que recebi um belo vídeo do grupo os guaranis de Itaparica e,
afinal, o Sete de Janeiro está chegando e, mesmo não querendo, as lembranças
brotam sem pedir licença, pensando nas muitas dificuldades que os mesmos já
vivenciaram, jamais sendo prioridade nas ações sociais e, muito menos, jamais
houve um real interesse por parte não só das gestões como da sociedade local em
agrega-los verdadeiramente ao âmago social e educacional de qualquer amparo
maior.
Penso que
preservar a cultura nada tem com mantê-la aprisionada e refém de um atraso
cidadão histórico, pois como afirmei anteriormente, atrás de um índio ou de uma
baiana com seu samba de roda, existe um ser humano também ávido por se sentir
existente o ano inteiro e não apenas em épocas pontuais, como espetáculo
turístico e atração em solenidades de cunho político.
Estátuas em gabinetes, carroças e emblemas não
são sustentáculos da dignidade daqueles que se esforçam em manter vivas as
tradiçõesquarta-feira, 26 de dezembro de 2018
O TEMPO E AS CONSTATAÇÕES
Pois é, este
é um período em que somos estimulados a fazer retrospectivas de nossas vidas,
até mesmo para que possamos nos perdoar pelas absurdas situações banais que permitimos que
roubassem de nós as delícias de um tempo que repetimos como papagaios que passa
rápido, que é trem bala e etc., e tal, mas que na realidade é apenas mais um
refrão que propriamente uma conscientização.
Pessoalmente,
como parte de meus estudos, sempre pratiquei o hábito da retrospectiva no meu
cotidiano, todavia, ainda assim, sempre fui uma perdulária, gastando sem dó
minutos preciosos com o que, depois, percebia ser tolices, baboseiras e nada
mais.
Bem, este
lero lero é apenas uma introdução para contar que, nos últimos anos,
preocupei-me mais em viver utilizando na prática todo os meus duros
aprendizados e que tem dado certo.
Imaginem vocês
que ao invés de sofrer por perceber que estou velha, prefiro sorrir e me sentir
confortavelmente agradecida quando vejo fotos ou encontro amigos e parentes que
deixei por algum motivo no passado e constatar que também envelheceram e, que alguns,
bem mais rápido que eu e que nesta jornada para o fim inevitável, o que é uma
sacanagem, já enterrei vários e que resistente, sigo o caminho ainda fazendo
planos e sonhando com a “mega da virada”, porque com toda esta grana, com
certeza eu e meu velho, iríamos nos
tornar os vagabundos mais convictos do planeta.
Toda esta
besteirada é só para lembrar a todos os companheiros do faceboock que o tempo
passa para todos e, portanto, perder tempo é pura demonstração de estupidez.
Um beijinho
carinhoso e o meu desejo de um 2019 de muitas realizações para todos.
REFLETINDO
O princípio,
meio e fim de tudo, há de ser a própria criatura no seu egoísmo íntimo de estar
e permanecer bem, pois só assim, poderá desenvolver a generosidade da
compreensão em relação aos demais.
sábado, 22 de dezembro de 2018
O TEMPO E O PERDÃO
Oficialmente, o verão começou na noite de ontem, o Natal está à porta e um novo ano se aproxima rapidamente, como se tivesse muita pressa de virar a página do livro de nossas vidas, buscando novas perspectivas e um motivo a mais para seguir em frente com otimismo e disposição.
Sentados em nossas cadeiras na varanda, nos aliviando do calor do verão, no outono de nossas vidas, ainda repletos de muito entusiasmo em nos restaurar das muitas queimadas das quais sobrevivemos, mas que deixaram algumas marcas que não incomodam mais e outras que apenas existem para que não esqueçamos que o fogo existe e as labaredas podem se não matar, mas, com certeza, sufocar o melhor de nós, se não estivermos atentos aos apelos cruéis do sistema que criamos e mantemos, como reféns da “síndrome de Estocolmo” a nos aprisionar por todo o tempo.
E neste ir e vir de lembranças doces e também de expurgos emocionais, chegamos à conclusão de que nascemos e crescemos na melhor época do século 20; e dele saímos para uma espécie de reclusão gradativa e espontânea, justo quando compreendemos que, nos novos tempos, não mais existia lugares para os tolos e babacas que insistiam em enxergar a vida e a convivência humana de forma poética e despida da hipocrisia que foi se formando e se fortificando nos últimos 30 anos.
Neste instante, estamos ouvindo um belíssimo pouporri de músicas que percorrem épocas marcantes, onde a qualidade das letras e os acordes induziam ao desabrochar do melhor das pessoas.
Saudosismo?
Com certeza, afinal, como não ter, se aos poucos tudo foi se perdendo em meio a um crescente modernismo, absolutamente necessário, mas que desta vez, veio cruel, atropelando sorrateiramente as benditas etapas que são fundamentais para dar espaço à mente e aos sentidos de irem se adaptando às naturais mudanças físicas e emocionais de qualquer criatura humana.
Olhamos um para o outro e sorrimos, porque nos apercebemos livres para, juntos, carinhosamente nos perdoarmos dos enganos e das muitas fogueiras que nós mesmos iniciamos, deixando que as fumaças e as brasas da nossa insensatez encobrissem em parte o brilho da nossa juventude, maravilhosamente linda.
Mais um ano está chegando e mais juntos do que nunca, nós dois o saudamos!
Que bom!!!
quinta-feira, 20 de dezembro de 2018
quarta-feira, 19 de dezembro de 2018
APENAS UMA PRAÇA?
Pensei em escrever sobre o valor de
uma praça, até porque, existe um terreno na pista, próximo
de minha casa em Ponta de Areia, que há anos apelo às autoridades do município para
que a mesma se transforme em uma área de turismo e lazer, pois a cobiça de oportunistas e vereadores, também há anos está
de olho nela.
Creio que
juntamente com as ruas, a praça seja um dos mais importantes espaços públicos,
desempenhando um papel fundamental no contexto das relações sociais de qualquer
cidade, pois agrega pessoas e através delas é possível desenvolver-se as trocas
de ideias.
Na
antiguidade, os gregos e romanos chamavam-nas de ÁGORA ou Fórum e tinham como
objetivo promover o conhecimento e a cultura, através da exposição de ideias.
Por ser um
bem público, deveria contar com permanente manutenção, assim como com uma
severa vigilância, a fim de se proteger um patrimônio cujo valor é inestimável
para o convívio social.
Do romantismo
ao esporte, shows, brinquedos, arborizações, espaço livre para o ócio, descanso,
apresentações de escolas, etc., a praça representa o desenvolvimento de uma
cidade, tornando-se espaço fundamental para as pessoas aprenderem cidadania na
prática, portanto, construir, conservar e manter a integridade de uma praça é
dever do poder público.
As praças
são unidades urbanas fundamentais e o seu modo de tratamento e uso indicam o
nível de civilidade de seus usuários e o exercício dos direitos e deveres de
cidadania nela vivenciados.
O que me
leva a crer que através de uma praça é possível levar-se educação
comportamental aos seus usuários e no estabelecimento de regras a serem
cumpridas com monitoramentos agregativos e constantes, sem esquecer de realçar
a beleza que acrescenta aos olhos de quem as vê.
Viva vera
Cruz com suas praças que, afinal, aparentemente não resolvem os graves
problemas históricos, mas com certeza, despertam em cada comunidade a autoestima,
a esperança e a motivação em acreditarem que, finalmente, o sempre possível
voltou a se expressar.
Uma praça é
a alma de qualquer lugar.
terça-feira, 18 de dezembro de 2018
NATAL, NÃO É UMA ÉPOCA COMUM ...
Ontem, dei uma volta pela cidade e não vi um enfeite que lembrasse que estamos numa época simbólica chamada Natal.
E aí, como um vício que não consigo superar, comecei a ponderar se os mesmos são necessários ou se a despesa economizada faz relevante sentido.
Novamente, como um vício, pensei nas pessoas e no quanto estão sofrendo, seja na prática de suas sobrevivências, seja no seu emocional, pois o excesso de realidades, geralmente ruins, feias e dolorosas, pede socorro ao lúdico.
Chego a conclusão que nada mais faz sentido na mente e nas ações dos políticos do que suas conclusões pessoais, ficando o povo como mera peça útil à mercê de suas prioridades, que jamais se encontram em harmonia com as deles, principalmente as crianças que já possuem tão poucas referências do, apenas, belo.
Tudo muito incoerente, já que dizem combater a sempre crescente violência.
Aqui em Itaparica, não existe meio termo, afinal, ou se é 8 ou 80, num poupurri constante de absurdos considerados prioritários em detrimento de outros tantos que o povo anseia.
Bem, eu poderia ficar escrevendo laudas de incongruências observadas, mas além de não me caber, pondero: quem sou eu, frente a tantos entendidos, especialistas e bem-intencionados, não é mesmo?
Imagino com esta minha mente de sonhadora que uma cidade enfeitada alivia a mente, agrega emoções e a torna mais acolhedora, além de ser um presente da gestão para o cidadão comum, sem discriminação de gostos e valores que vê, pelo menos nas luzes e nas cores dos enfeites, o que no seu dia a dia enxerga nublado e sem viço.
Penso também que posso estar me precipitando e que, de repente, até o dia 25/12 a cidade amanheça, nem que seja na praça do Mercado, com algum pisca-pisca ligado.
Quem vai saber, não é mesmo, afinal, pode ter havido atraso na licitação.
Que coisa, viu!!!
domingo, 16 de dezembro de 2018
POIS É...
Ultimamente, ando meio afastada das redes sociais, e hoje, surpreendi-me com um recadinho de um querido amigo que sentiu a minha falta e, então, começo feliz, agradecendo, afinal, nos tempos atuais, ser lembrado sem “aparecer”, anda difícil.
Bem, mas seguindo nas situações que chamam a minha atenção, venho reparando que as pessoas de um modo geral, nas grandes cidades, comportam-se de forma no mínimo incoerente diante de algumas situações. Vejamos:
O Jornal Nacional, de uns dias passados, mostrou a ladroagem que ocorre em bandos, compostos de adolescentes que enquanto um dá uma gravata na vítima, outras duas tiram dela bolsas e celulares, num ataque relâmpago, não dando à mesma qualquer oportunidade de defesa, e tudo isso com sol a pino e centenas de outras pessoas em volta.
Reparei, abismada, nas fisionomias apáticas, sem qualquer expressão de susto, medo e, até mesmo, foi possível observar uma indiferença que não poderia existir, pois sequer a vítima encontrou solidariedade de consolo, após o fato.
Seria mais um aspecto social, observando-se no mesmo jornal, não houvesse um tumulto em outro bairro da cidade, onde um policial era ofendido e quase linchado, por ter dado alguns sopapos num suposto bandido.
E aí, fico me perguntando como é feito o juízo de valores nas cabecinhas das pessoas que se veem diante destas situações e que, na maioria das vezes, sequer entendem bem o que está acontecendo e, se entendem, paralisam ou tomam partido.
Que país é esse, onde bandido impõe respeito e polícia é marginalizado?
Onde político ladrão é endeusado e um general esculhambado?
Onde mídias usam de seus poderes de indução e chantageiam abusivamente, através de “investigações tendenciosas” e “especialistas” em tudo, este ou aquele, como ocorre atualmente, desenterrando um tal de COAF que por décadas a fio quase nenhum brasileiro sabia que existia e que, no silêncio de sua existência, permitiu não denunciando, todos os mal feitos financeiros de bandidos compulsivos, sejam da política ou da classe empresarial?
Onde estavam os fabulosos jornalistas investigativos da rede Globo, pelo menos nos últimos 20 anos, que não enxergaram os desvios estrondosos da Petrobrás, BNDS e etc., que levaram o país à bancarrota e custará anos de muito esforço para que possa se recuperar?
E aí, penso neste tal juízo de valores, mas que valores, se foram todos contaminados, tal qual o rio Tietê, Lagoa Rodrigo de Freitas e todo um ecossistema maravilhoso, mas destruído pela inconsciência da empresa Samarco em Mariana(MG) e de todas as nossas baías repletas do lixo que produzimos?
O que ocorre é que olhamos e já não sabemos como devemos agir, frente às muitas induções e mentiras repetidas que se tornaram as nossas realidades cotidianas.
E aí, pente fino em nós...
Se esquecermos de lançar aquela despesa do dentista, dos jantares ou da escola de nossos filhos.
Nada mais está fazendo sentido, pelo menos na minha avaliação.
quinta-feira, 13 de dezembro de 2018
POR UM MUNDO MELHOR
Neste final de ano, sem fugir ao padrão de meu comportamento reflexivo, ainda me surpreendo com a capacidade humana em ser totalmente desconectado com a vida, até mesmo quando imbuído das melhores intenções, apoiando campanhas filantrópicas, participando de mutirões de caridade ou doando seu precioso tempo em ações voluntárias, mas, ao mesmo tempo, aceita passivamente envolver-se de cercas elétricas, blindagens de veículos, lavando as mãos, tal qual Pilatos, quando se vê diante dos incontáveis abusos praticados pelos seus semelhantes.
O Natal está chegando e, nem assim, a miséria emocional humana consegue dar uma trégua na sua insanidade generalizada.
Louvado seja um Jesus que compreendeu tudo isso muito claro e tentou com o seu próprio exemplo, evidenciar o amor, característica única capaz de humanizar um tudo mais que nos caracteriza e que nos flagela, transformando-nos a cada instante em seres alucinados, perdidos e amargurados que, por total desespero, finge que suporta esta loucura sistêmica que com uma mão oferece e com a outra aniquila.
Este é um texto que exprime a minha dor diante da psicopatia que assola este mundo de “meu Deus”.
Estas são palavras da busca do entendimento pela existência de tantos horrores.
Afinal, nem mesmo em uma Igreja, Templo ou Sinagoga, podemos orar em paz pelas vítimas do nosso cotidiano que tombam pelas mãos da inconsequência e de uma racionalidade enlouquecida.
Neste final de ano, sem fugir ao padrão de meu comportamento reflexivo, ainda me surpreendo com a capacidade humana em ser totalmente desconectado com a vida, até mesmo quando imbuído das melhores intenções, apoiando campanhas filantrópicas, participando de mutirões de caridade ou doando seu precioso tempo em ações voluntárias, mas, ao mesmo tempo, aceita passivamente envolver-se de cercas elétricas, blindagens de veículos, lavando as mãos, tal qual Pilatos, quando se vê diante dos incontáveis abusos praticados pelos seus semelhantes.
O Natal está chegando e, nem assim, a miséria emocional humana consegue dar uma trégua na sua insanidade generalizada.
Louvado seja um Jesus que compreendeu tudo isso muito claro e tentou com o seu próprio exemplo, evidenciar o amor, característica única capaz de humanizar um tudo mais que nos caracteriza e que nos flagela, transformando-nos a cada instante em seres alucinados, perdidos e amargurados que, por total desespero, finge que suporta esta loucura sistêmica que com uma mão oferece e com a outra aniquila.
Este é um texto que exprime a minha dor diante da psicopatia que assola este mundo de “meu Deus”.
Estas são palavras da busca do entendimento pela existência de tantos horrores.
Afinal, nem mesmo em uma Igreja, Templo ou Sinagoga, podemos orar em paz pelas vítimas do nosso cotidiano que tombam pelas mãos da inconsequência e de uma racionalidade enlouquecida.
sexta-feira, 30 de novembro de 2018
DESOLADA.
E aí, de
todas as minhas incompreensões em relação às posturas e avaliações humanas,
existe um aspecto que sinceramente foge à minha lógica de entendimento, ou seja;
como uma pessoa pode se horrorizar com um assassinato, um estupro e
desconsiderar um crime de corrupção pública?
A ausência
do sangue explicito ou das dores emocionais e sistêmicas no que se inclui a
fome , a miséria e as mortes por falta de total assistência de todas as
naturezas das vítimas e dos algozes, empana a empatia, a solidariedade e a repulsa de algumas
pessoas que, afinal, não são assim tão poucas e que me levam a pensar que,
verdadeiramente, somos uma raça chamada humana sem qualquer entendimento no
tocante a vida.
Apontamos o
dedo e gritamos por justiça em relação ao preconceito, ao feminicídio e a
tantos atos repugnantes que nós, seres ditos humanos, somos capazes de produzir
com nossas mãos e mentes, mas desculpamos, apoiamos e defendemos até as nossas
forças se esgotarem a todo aquele que desvia dinheiro público, lesando e
matando um sem número de pessoas independentemente de serem brancos, negros,
gays, crianças, jovens ou velhos e, o que ainda é pior, não acreditando que
toda essa desgraceira nos atinge diretamente, tirando de nós a bendita
liberdade até mesmo para criarmos em nossas mentes redutos de conhecimentos,
mesmo que rasteiros, sobre a vida, convivência, política e, principalmente,
sobre bem-comum.
A história
da humanidade mostra sem véus de camuflagem que esta é uma característica que
existe numa parte significativa da raça humana, onde não há em suas mentes qualquer
real empatia em relação a própria raça, mantendo um abismo arrogante e doentio,
onde o eu e você se apresentam de forma cruel, separatista, burra e inominável,
quando o portador desta característica de personalidade possui estudos que
deveriam ter-lhe proporcionado amplitude de visão, no mínimo humanista.
É, estou no outono de minha vida e
ainda não consigo compreender a pequenez humana.
sexta-feira, 23 de novembro de 2018
REFLETINDO
Estou aqui
pensando que não é gratuita a violência que tem nos assolado de todas as formas
possíveis, afinal, ela é o troco maldito de nossas compras constantes e desregradas.
Acusamos uns
aos outros, discordamos sem ponderar, amamos sem critérios, desconfiamos sem
causas evidentes e matamos se somos contrariados.
Transformamos
as redes sociais em válvulas de escapes de nossos infernos íntimos, fazemos de
nossos semelhantes sacos de pancadas e escondemos as traves de nossos olhos,
apontando freneticamente os ciscos alheios.
Nos sentimos
guerreiros combatendo o mal, num endeusamento doentio, onde somos Deus e o
Diabo ao mesmo tempo, onde gritamos por justiça e por ela nos tornamos vítimas e algozes.
Pouco mudou
em nós, apesar das muitas evoluções. Afinal, continuamos escravos da insistente
insanidade.
Vaidade sorrateira,
arrogância camuflada.
Humildade
produzida com as folhas secas da insensatez.
“Senhor Deus dos desgraçados!
Dizei-me vós, Senhor Deus!
Se é loucura... se é verdade
Tanto horror perante os céus?!” – Castro Alves
Dizei-me vós, Senhor Deus!
Se é loucura... se é verdade
Tanto horror perante os céus?!” – Castro Alves
terça-feira, 20 de novembro de 2018
ANGU COM CAROÇO
Tem muito
mais caroço neste angu que, nós pobres mortais brasileiros, possamos mensurar.
E esta
deliciosa e nutriente fonte de alimentação que nossos ancestrais popularizaram,
mas que os mineiros eternizaram ao complementar com o guisado de frango com
quiabo, na realidade, nos porões governamentais de nosso “Brasil”, sempre foi o
quitute preferido de nossos ilustres políticos, independentemente da região, do
status corporativo ou seja lá do que fosse.
Todavia,
como em todas as fartas refeições, as sobras são inevitáveis, jamais faltou
bocas famintas para delas se fartarem e assim, de angu em angu, foram se
esquecendo de bater devidamente os caroços, e aí, restou sempre para a galera, que
somos nós, os senzalistas convictos das infinitas ignorâncias governamentais,
os duros, secos e sem qualquer sabor caroços que, por muitos, devido à fome,
ainda são chupados, mas para outros, tornaram-se abusivos e desnecessários,
resultado do descaso de cozinheiros desatentos que há muito já deveriam ter
sido despedidos.
É assim que
vejo as vergonhosas ações públicas, pintadas de ouro falso como benécias
sociais, quando na realidade deveriam ser, tão somente, ações corriqueiras de
governos sérios em favor de um povo mais sério ainda.
A cultura da
divisão entre qualquer diferença social, acirra a ideia de que qualquer ação
pública é direcionada aos mais carentes, quando deveria ser projetada para o
povo em geral com todas as especificidades de qualidade.
E aí, como pensam
que para o carente tudo é lucro, oferece-se o medíocre e o pouco eficiente.
Duro o que
estou afirmando ou apenas constatando a crueldade da maior expressão em relação
ao tão combatido preconceito que, de tão sutil e vergonhosamente assimilado
pelas pessoas, afinal, representam o povo, convive num cotidiano confuso e
simbioticamente doente ou praticamos todos os tipos de preconceitos, por todo o
tempo de nossas vidas sem sequer o percebermos, combatendo-o também na mesma
proporção, em uma incoerência absurda.
Nos
acostumamos a ouvir e a sentir o que o outro fala ou faz e nos esquecemos de
prestar atenção ao que falamos e fazemos num verdadeiro angu de caroço.
O resultado
destes caroços descartados e pelo povo digerido é exatamente as mazelas pelas
quais guerreamos explicitamente a cada instante uns com os outros, numa
violência de vômitos amargurados que ao longo da história brasileira, em várias
ocasiões, lotou latrinas até mesmo daqueles que se julgam imunes a tudo.
Angu de
qualidade precisa ser fino, sedoso e capaz de não interferir no sabor do frango
e do quiabo, numa parceria completa que alimenta e não nos deixa esquecer do
valor do cozinheiro.
E nesta
iguaria dos Deuses, nenhum ingrediente se destaca, ficando o conjunto como uma
inspiração que não deixa esquecer o quanto de bom somos capazes de criar e produzir.
- Senzalismo – ato de absorver e dar
continuidade às práticas escravagistas.
sábado, 17 de novembro de 2018
PENSANDO
É preciso
que exercitemos a capacidade de compreender que é bem mais eficiente que o apenas,
tolerar. A tolerância tem vida curta e ainda é capaz de desencadear distonias
pessoais, que fatalmente, extrapolam e deixam rastros, possíveis de serem
enxergados e sentidos em nosso sistema social.
Hábitos
O dia sequer
amanheceu por completo e já me sinto desperta como uma criança que não pode
esperar para dar início as suas estripulias e no meu caso em particular,
centrou-se numa necessidade absurda em escrever tudo quanto pulula na mente
como se dela quisesse escapulir.
Quando eu
era criança, contava minha mãe que eu falava enquanto dormia à noite, tudo
quanto vivenciara no dia e que, portanto, dizia ela:
- “Cuidado, pois se mentir para mim,
à noite saberei a verdade”.
Quem disse
que mãe também não sabe ser cruel?
O relutar em
dormir, nada mais era que o medo de falar demais e ser apanhada numa mentirinha.
Que coisa,
viu...
Mais tarde
descobri que se escrevesse bastante, além de pintar o sete, meu sono seria
tranquilo e, assim, o hábito se formou e o tenho até hoje, começando cedo a
despertar a mente, fazendo dela minha fiel aliada, a fim de que nada,
absolutamente nada, passe batido ou se transforme num apenas parece isso ou
aquilo, que mais tarde possa se transformar numa falsa realidade, passível de
ser falada ou cobrada, enquanto durmo ou mesmo quando me distraio.
O apenas “parece”,
jamais representou o real, o consistente, o evolutivo.
PALAVRAS QUE SE TORNAM ARMAS.
De quando em
quando, o sistema traz à tona expressões até então desconhecidas da grande
massa e as mídias as colocam em evidência nos diálogos de atores e jornalistas,
transformando-as em corriqueiras, quando na realidade poucos são aqueles que
verdadeiramente sabem seus reais significados.
Atualmente,
palavras como polarização, extremismo, resiliência e fascismo, tornaram-se
banais, todavia, se por algum motivo a pessoa que a pronuncia precisar explica-la
é possível constatar-se os equívocos que advirão e que a meu ver, hoje e
sempre, foram grandes responsáveis quanto ao desenvolvimento cruel do preconceito
social que é tão sério e danoso quanto o preconceito cultural que abraça hábitos,
costumes, cor, gênero etc., alastrando-se como rastilho de pólvora, sem
qualquer lógica maior que a indução midiática.
O bom senso,
a gentileza, os bons hábitos e a curiosa generosidade individual em querer
entender seja lá o que for, tem sido substituído por midiáticas expressões, que
imediatamente cortam qualquer possibilidade de discussão sadia que, ao longo da
história da humanidade, fez crescer mentes e entendimentos, revolucionou
costumes e manteve acesa a chama do saber.
Penso que a
ironia cruel é que jamais em tempo algum, a humanidade teve a seu dispor tantos
mecanismos de aprendizado, mas que, mesmo assim, prefere a instantaneidade que
pouco ou nada retém e que estimula um “parecer de sabedoria frouxa e sem conteúdo“,
que limita e cria falsos entendimentos que “parecem, mas não são reais”.
O apenas “parece”,
jamais representou o real, o consistente, o evolutivo.
Pensemos
nisso, professores, mestres e doutores, antes de virmos para as redes sociais agredindo
desnecessariamente este ou aquele, numa polarização sem nexo e desprovida de
qualquer intenção resiliente que é necessária, até mesmo para apaziguar
extremistas e fascistas.
COMUNICADO
Compartilhar
uma postagem, não necessariamente reflete minhas crenças pessoais, todavia, tem
como objetivo estimular o diálogo aberto a todos, pois sou do tempo em que o aprendizado
ia além dos bancos escolares.
Acredito que
a participação nas redes sociais, além de divertimento e descontração, também é
uma oportunidade valiosa de se ampliar visões pessoais, vislumbrando culturas e
sabedorias diferenciadas, o que em todos os tempos dos relacionamentos humanos,
garantiu o desenvolvimento dos mesmos.
Portanto,
deixo registrado neste instante, a desagradável surpresa ao constatar a posição
do Senhor Carlos Bastos, ilustre integrante deste grupo que com palavras
grosseiras, perdeu a oportunidade de mostrar aos demais integrantes deste, suas
argumentações em relação ao assunto em questão.
Estamos
vivenciando tempos de intolerância difíceis de serem contornados. E a falta de respeito é o
primeiro e fundamental quesito que mantém a chama do preconceito acessa,
fazendo doer a alma de todos nós.
Obrigada.
quinta-feira, 8 de novembro de 2018
MERGULHO EM SI MESMO
...
Moldar um
barro cru ou uma pedra virgem, será sempre mais fácil e criativo que restaurar
um velha e danificada peça, seja ela de qual material for.
A tarefa
primeira de toda criatura é consigo mesma, pois a partir de si, o tudo mais irá
se aperfeiçoando, já que suas vibrações e presença, seja física, vibracional ou
escrita será sempre um motivador, um restaurador e no mínimo um estímulo.
E com o
mesmo carinho que deve ter com a certeza de sua colaboração evolutiva aos
demais, vigie a soberba, que é sempre uma parceira inadequada, mas sorrateira o
suficiente para adentrar nas almas dos mais humildes e bem-intencionados.
Toda
manifestação de raiva e decepção é um ato de vaidade, afinal, a criatura pensa:
- Como pode
isso estar ocorrendo comigo?
Achar-se
imune e soberana às intempéries da convivência é e será sempre a forma mais
camuflada da vaidade dominar com a sua disfarçada presença.
Um ser
equilibrado, racional e emocionalmente compreende que está exposto ao tudo mais
e que, eventualmente, poderá ser alvo desta ou daquela pessoa, cujo domínio das
atitudes e emoções estão além de sua capacidade em apaziguar.
Afinal, se
diz que respeita aos demais, como não compreender sua forma de ser e de pensar?
Percebe a
primeira e grosseira incoerência?
Compreender,
não significa aceitar e muito menos conviver, todavia, o respeito deve existir,
até para que entre um e o outro, o vazio que se forma tenha trânsito livre para
ambos em qualquer outro momento.
Quando
reconhece a razão do outro pensar, resguardando o seu próprio, cria-se um elo
vibracional de ambos com o tudo mais, ficando a pontual diferença apenas como
registro de que não são compatíveis, mas não necessariamente inimigos contrários.
Se observar,
tudo é simples, objetivo, sem perder o foco do equilíbrio, da razão e do amor.
Assim, a
tarefa de cada criatura não deve ir além da doação, não se lamentando por esta
ou aquela pessoa não conseguir compreender algo da mesma forma que ela, mesmo
que a lógica seja absurdamente clara.
Percebe a
sutileza do respeito aos demais em suas formas de ser e de pensar?
Enquanto a
criatura se preocupa com o não entendimento alheio, alimenta em si a
incompreensão em relação às diferenças.
Portanto, a
criatura deve se preocupar tão somente com a doação de seus conhecimentos,
deixando aos demais a tarefa de absorver às suas possibilidades ou não.
É simples,
mas a olho nu é complexo para o leigo.
quarta-feira, 7 de novembro de 2018
DE INTELIGENTE A SABICHONA ...
Sinto que
estou emburrando através dos anos, desde que me percebi sendo impedida de
discutir ideias e ideais, tendo como limites, o devido respeito aos parceiros
das discussões.
Ainda me
lembro, e não faz assim tanto tempo, o quanto aprendi com meus mestres, amigos,
patrões, colegas de escola e faculdade, nos intermináveis círculos de
bate-papos que podiam acontecer em qualquer local, até mesmo, nas areias da
praia ou nos meios fios das calçadas.
É... Ainda
sou do tempo em que todos os locais públicos eram redutos de gente sadia,
pensante e livre.
Saudosismo? Melancolia?
Sim,
bastante, afinal qual a graça em se sentir por todo o tempo tolhido, preso e
amordaçado, física, emocional e intelectualmente.
Não estou
fazendo utopias de um passado recente, pintando de cores belas um cotidiano que
perfeito nunca foi, lembro apenas que o mesmo não pisoteava a mente, sufocando
e criminalizando opiniões.
Preconceitos
existiam e eram bem definidos, mas por mais que me esforce, não consigo lembrar
da exclusão de uma mente pensante, alegre e de bem com a vida, justo por ser gay,
negro, branco, rico ou pobre de nenhuma roda de discussão.
Em algum
momento, o separatismo bruto, agressivo e violador mostrou suas garras,
trazendo à luz da não razão, toda a insanidade contida nas pessoas, numa busca
de compensações frenéticas de ocupação de espaço que esteve sempre disponível,
afinal, se bem observado, em qualquer época, sempre foi ocupado pelos mais
determinados e competentes.
A preguiça e
a inércia mental ocuparam lugares dantes apenas disponíveis aos mais
destemidos, fossem quem fossem, sem falácias de propósitos, onde cada criatura
desafiava a si mesmo, para a concretização de seus projetos pessoais.
Na disputa,
assim como nas discussões, se sobrepujavam os mais brilhantes e não com a força
da insensatez de se achar com direitos de ocupar espaços sem qualquer mérito ou
esforço.
Neste
instante, minha certeza é que por décadas aprendi muito em intermináveis discussões,
mas que de uns tempos para cá, infinitas e variadas limitações estão tolhendo o
aperfeiçoamento de meus saberes, assim como conflitando cruelmente os
relacionamentos, mesmo tendo à disposição, Google, livros sobre tudo possível
de se desejar, centenas de universidades, milhares de doutores com suas teses
variadas, mas com uma infinita ignorância da importância insubstituível do
colóquio humano, na falta da liberdade de se trocar respeitosamente, com
embasamentos lógicos e sensatos, as benditas ideias e ideais, onde o princípio
básico e único é, tão somente, aprender um pouco mais com a visão do outro,
seja gay, negro, branco, pobre ou rico.
Sinto que estou
emburrando e o tudo à minha volta também, apesar da proliferação dos muitos
títulos e troféus, assim como do ouro que brilha, mas que cada vez mais é
ostentado por potros enviseirados.
”Eduque as crianças apenas sob uma
ideologia e crescerão como potros enviseirados. Eduque para o que há de
diferente e teremos gente que pensa”.
Rafael I. Fernandes
da Fonseca
terça-feira, 6 de novembro de 2018
ABRAÇANDO O MUNDO
São cinco
horas da manhã e já abracei o mundo através da minha frondosa mangueira que
acredito que sempre está à espera do meu carinho, como devotada guardiã de meus
desejos e necessidades e é claro, da minha sempre gratidão.
Enquanto
abraço o mundo, sinto que meu corpo se energiza e minha mente se tonteia,
abrindo espaço para uma espécie de alucinação generosa e amiga que me remete a
um estado de certezas que recarrega meu físico e consequente, mente, num
colóquio de minutos de perfeita integração entre eu, fagulha e o universo,
infinito.
Bom dia a
quem me lê, desejando que o infinito seja sempre o limite do seu amor à vida.
domingo, 4 de novembro de 2018
Apenas um olhar amoroso
Ontem, assisti
no FITA ao show da Gal e voltei para casa me percebendo estranha e, como
sempre, não banalizo desconsiderando minhas emoções e vou fundo na busca dos
por quês e, geralmente, logo detecto o foco deles, todavia desta vez não
consegui me concentrar pois estava chorosa, mas sem lógica nas razões
possíveis, já que encontrei quase todas as pessoas que me fazem bem e o tudo mais
estava impecável, começando pelos drinques do querido Rogério Santana.
Já em casa,
o tempo foi passando e nada, então, fui dormir com os olhos marejados e com a
mão amiga de meu Roberto fazendo cafuné, num consolo doce e aconchegante.
O dia
amanheceu e cá estou mais que relatando uma fração dos meus instantes, pois
finalmente consegui compreender a minha sensação de vazio e quase tristeza em
meio a tantos apelos de descontração, pois percebi que não eram impressões novas,
pois remeteu-me ao Fita do ano passado, onde também senti igual estranhamento,
mesmo sendo alvo da honra de nele estar no palco participando com a minha
família.
O palco
estava lindo, a praça de alimentação farta e variada, a organização perfeita,
policiamento completo, turistas e veranistas bem vestidos e cheirosos, o
entorno da Praça dos Veranistas estava repleto de carros, atrações variadas e
para todos os gostos e, é claro, nada menos que Gal Costa e Margareth Menezes
para fecharem a noite, mas faltava algo mais importante de tudo, faltava o “povo
de Itaparica”.
Onde estavam
os preciosos moradores da Misericórdia, Manguinhos, Porto Santos, Amoreiras,
Urbis, Marcelino, Mocambo, Barro Branco e tantos mais?
Aonde se
escondeu o sangue vibrante e as batidas vigorosas do coração desta cidade que
fazem dela mais que linda, tão somente especial?
Cadê este
povo sorridente, sempre alegre e cantador que por dois anos seguidos se nega a
participar de um evento tão bonito, tão rico de atrações, emprestando à festa a
vibração de sua presença, numa resistência quase infantil de não comer o doce que
lhe pertence e pelo qual pagou de alguma forma pela sua realização.
Este meu constante
olhar carinhoso sobre esta cidade que amo, fez-me pensar e chorar por não ter
encontrado na festa a alma vibrante do itaparicano, caboclo tupinambá, razão
maior do tudo mais, ficando o vazio cruel da não integração.
Por que
será?
Há de se
pensar...
terça-feira, 30 de outubro de 2018
Somente ganhos e nada mais.
Tempo bom
que não volta mais, justo porque jamais deixou de ter continuidade até o
momento presente, reservando a cada época, seus encantos e desencantos, mas
todos sempre regados a uma profunda parceria de vida e liberdade.
Não sentimos
saudades exatamente porque não houve interrupção no êxtase do companheirismo.
Não sentimos falta, exatamente porque se consolidou a cada instante, no reforço
de vínculos amorosos de sustentabilidade.
Não há
saudade do perdido, pois nada, absolutamente nada, se perdeu nesta trajetória
onde pelo caminho foram descartadas “coisas’ para abrirem espaço para os
sentimentos amorosos que cresciam e se fortificavam. E entre o céu e a terra,
não existe espaço vazio, perdido ou desencantado, existindo somente um jardim
plantado a cada dia de nossas existências, tendo um caminho firme entre os
canteiros, por onde com pisadas firmes e mãos dadas, seguimos ao encontro da
universalidade, onde o fim jamais existiu e a eternidade aguarda de abraços
abertos.
Louvado
sejam todos os que semeiam, colhem e distribuem fraternidade.
domingo, 21 de outubro de 2018
SE FICAR O BICHO COME...
Chove lá
fora nesta manhã de domingo trazendo um friozinho ameno e um frescor necessário,
aliviando os ensolarados e calorentos dias desta primavera que promete um verão
ainda mais intenso, pelo menos por estas bandas do Nordeste de águas mornas e
céu sempre brilhante.
Primavera
atípica devido não só a proximidade das eleições, mas também pela
especificidade na forma da população exercer seu papel de cidadão votante, o
que não é inédito, mas com certeza, bastante expressivo e ao mesmo tempo
preocupante, pois deixou bem nítido o separatismo humano e político que se
criou e se consolidou durante esses quase 14 anos de gestão petista no
executivo do país.
Tudo passou
a ter dois aspectos expressivos, sendo um lado de bandeiras múltiplas de pensares
e quereres e, por outro, um conservadorismo sem pautas de discursos, vocação
ideológica e acomodação nada confortável, numa quebra de braço onde, a meu ver,
o conservadorismo foi sendo sufocado ao poder invasivo, desafiador, destemido e
sem cerimônias do ideologismo diversificado.
E nessa
mistura sem receita programada, formou-se o caos que ora se constata, através
de uma eleição pobre de propostas e de qualidades partidárias, deixando parte
do povo de um lado ou de outro como robôs programados sem alma e sem qualquer maior
convicção, além de defenderem o que as circunstâncias sistêmicas lhes acenam
como salvação de um Deus ou de um Diabo que, se bem observados, o que não está
ocorrendo, se fundem numa só panela de frágeis ilusões humanitárias e patrióticas.
Onde estão
os líderes que tanto necessitamos?
Onde se escondem
os benefícios que há muito aguardamos?
Aonde foram
enterradas as crenças, o bom senso e todas as nossas esperanças?
Sinto que
cada um dos lados quer acreditar que tudo ficará bem, quando na realidade o que
se deseja de verdade, por enfado, cansaço, teimosia, loucura ou picardia, é um lado
derrotar o outro, custe o que custar, sem que o país, suas riquezas e seu povo
sejam sequer realisticamente mensurados, num se ficar o bicho come, se correr o bicho pega.
sábado, 20 de outubro de 2018
BABOZEIRAS FEMINISTAS
Quem foi que
disse que mulher executiva, seja lá em qual profissão for, não pode também ser
mãe, dona de casa, adorar cozinhar e ser ainda uma mulher cheirosa, boa de cama
e feliz?
Por que
temos que escolher ser isto ou aquilo quando podemos ser tudo, pois temos
natureza para tal, sem precisarmos nos lamuriar pelas jornadas duplas, triplas,
sendo simplesmente as protagonistas de nossa história de apenas mulher.
Incoerência
geral é querer se casar, ter filhos, manter uma profissão promissora e ainda ficar
lamentando as duras jornadas, se é previsível e sem qualquer surpresa as
inerências que advém de tantos desejos e consequentes realizações.
Falo por
experiência própria, pois trabalhei a vida inteira, eduquei dois filhos, cozinhei
os mais saborosos quitutes, lavei pilhas imensas de fraldas de pano, quando o
dinheiro era escasso, amei maravilhosamente bem.
Parece que é
vergonhoso se mostrar feliz, fazendo tarefas comuns e corriqueiras, aliadas às
profissões de destaque, numa cafonice triste e deformante, pois erradica o
carinho e a imensa carga amorosamente emocional que, geralmente, nós lindas
mulheres somos capazes de imprimir às nossas tarefas, sejam elas quais forem.
Agora, que é
estafante e que muitas são as vezes que desejamos simplesmente desaparecer para
apenas descansar, também não nego, mas, quando enxergamos um sorriso
translúcido de um filho ou apreciamos nossa família comendo uma refeição que
fizemos com apuro, tudo volta ao normal, tudo passa a valer a pena e a vida se
renova, ficando o tudo mais como baboseiras feministas, de quem pouco entende
de amor.
.
quinta-feira, 11 de outubro de 2018
OLHEM A HIPOCRISIA ...
Desde quando
o Brasil precisa de um Bolsonaro para alastrar a violência?
As balas
perdidas e os esfaqueamentos, violações de todos os níveis, assaltos e roubos, mortes
e agressões de todas as ordens, começaram agora na campanha eleitoral ou vem
nos últimos 15/20 anos devastando todo sentido de paz em qualquer rua, bar,
esquina ou casa de alguém?
A culpa não
seria do aumento populacional, perda de parâmetros éticos e morais, famílias
destruídas por um modernismo alucinado, onde tudo pode e é permitido, estímulo
do se dar bem a qualquer preço, institucionalização de uma corrupção desumana
que oferece farelo com uma mão e com a outra, toma sem dó e piedade todos os
direitos de base e sustentabilidade de uma sociedade, enriquecendo uma casta de
políticos e puxa-sacos sanguessugas insaciáveis?
Faço um
esforço imenso de não dar opinião, mas confesso que me é impossível ver os
desmandos acontecendo debaixo de meu nariz e, ainda, tentar me convencer que
nada realmente tenho com isso.
Como não me
injuriar em ler ou ouvir verdadeiras falácias exploratórias de endeusamento de
um partido que faliu o país, roubando descaradamente e abrindo espaço para o
pobre comprar carro, TV e ir para a faculdade, enquanto dilacerava os recursos
que propiciariam uma saúde de real qualidade, um ensino decente e uma
infraestrutura digna, isso sem esquecer da violência, causa direta destas
mazelas que proliferaram como rastilho de pólvora; e ainda usam os incautos,
devotos ou alienados que continuam com uma miopia absurda crendo que a merda
jamais chegará à sua porta ou de um filho.
Provavelmente,
Jair Bolsonaro não represente o ideal de Presidente, pois falta a ele postura
de estadista, mas e daí, por acaso esta seria a primeira vez em que
apostaríamos numa mudança que nos trouxesse uma realidade menos crítica e
vergonhosa aos padrões humanitários.
A maldade
social que estimula em fakes idiotas , mas não menos danosos, que apresentam
sulistas contra nordestinos em uma época em que o caos institucional abraçou a
todos, corroendo nosso respeito cidadão já tão enfraquecido, num pouporri de besteiróis
inimagináveis em mentes sadias, fazendo aflorar a arrogância e a ignorância do
sentimento de frustração embutida em cada cidadão deste país, por compreender
seu gigantismo em tamanho, beleza e riqueza e ver, sistematicamente, castas de
fdp que se perpetuam roubando
descaradamente cada possibilidade de real cidadania, pois abrem escolas pífias
e contaminadas com o fel do separatismo, da incompetência e do maldito
comunismo, que nada mais é do que a mais trágica, violenta e destruidora das
ditaduras.
Nós, somente
nós, somos responsáveis por esta violência sempre crescente, pois compactuamos
com ela, seja reverberando, nos omitindo ou, o que é pior, por medo de pensar,
analisar, comparar, buscando um mínimo de lógica nos absurdos lidos e ouvidos.
Se tudo está
perfeito e ideal, por que reclamamos tanto?
Hospedemos
em nossas casas o traficante que matou o nosso vizinho, acoitemos com o nosso
silêncio e omissão a falta de remédio nos postos de saúde, a falta de leitos
nos hospitais, a fome e a lama, o esgoto a céu aberto, bem próximo de nós, e o
tudo mais que no mínimo deveriam nos afrontar e nos forçar a PENSAR, que afinal
é de graça e só depende de nossa vontade pessoal.
E que não
exige doutorado e nem riquezas bancárias...
Tomei horror
de política partidária, nos moldes aqui praticados, pois embrutece e vicia,
além de fortalecer a ignorância.
Sou Brasil e
sou povo brasileiro, estejamos nós no nordeste, no sul ou em qualquer chão
bendito do meu país.
quarta-feira, 10 de outubro de 2018
RECOLHENDO CACOS
Os ventos estão tão fortes que mais parecem os de agosto, envergando coqueiros, balançando galhos, derrubando frutos, despetalando flores.
Os sons do farfalhar das folhas são agitados, nervosos, pouco amigáveis, fazendo o mar se encrespar e o meu corpo arrepiar.
Os pássaros ressabiados procuram, me parece, inutilmente um lugar seguro para se abrigarem, um recanto mais tranqüilo para, então, voltar a cantar.
A natureza me parece zangada, aborrecida certamente conosco que incansavelmente a ferimos com nossas ações destruidoras, numa ingratidão sem limites, numa indiferença que se ainda não a matou de todo, certamente já despertou nesta tão poderosa, mas também generosa senhora, momentos de impaciência que ela expressa desabafando, através de seus ventos fortes e de suas lágrimas de chuva em forma de tempestade.
De repente, tudo começa a se acalmar...
É a mãe natureza que enxuga as lágrimas, sufoca os gritos, faz calar o pranto.
E num ritual de recolher os cacos, assim como ela, lamento pela rosa desfolhada, pelas amoras deitadas ao chão, pelo ninho despedaçado e pela solidão que percebo neste acalmar dos ventos ao meu redor.
Que neste dia, você consiga também recolher os seus próprios cacos pensando unicamente no aprendizado que as dores lhe trouxeram.
OPÇÃO ...
Na medida em que vamos envelhecendo, vamos também neste processo nos tornando mais sensíveis às coisas do mundo, com certeza porque os sentidos já infinitamente abastecidos das mazelas assimiladas ao longo da caminhada, pedem socorro de formas diferenciadas.
E aí, dizemos:
-Nossa!!! Fulano depois de velho, está isto ou aquilo.
Na realidade, contabilizamos as nossas emoções, construídas uma a uma durante nossas vidas e, a depender de nossas naturezas, reforçadas ou remodeladas pelos nossos históricos existenciais, tornamo-nos mais ou menos isto ou aquilo, mas, indiscutivelmente, não se pode negar que os resultados são oriundos dos sentidos cansados pelo ofício ininterrupto de filtragem, a fim de amenizarem os efeitos processuais da mente e, então, se rebelam em aflitos apelos por compreensão e paciência.
No meu caso em particular, percebo que, como comunicadora e estudiosa das emoções humanas, já não estou aguentando tanto horror produzido por um sistema humano, que vem exacerbando em seu desiquilíbrio e inconsequências, como ondas incessantes de um mar revolto, em constantes ressacas de dor e desespero.
E o que é pior, já não encontro razão que justifique propaga-las, acreditando que o aumento das mazelas se dá, inclusive, pelo excesso de publicidade que recebem, como modelos constantes a serem copiados ou tolerados, de produção do pior da raça humana, que se expressa em todas as áreas, disfarçadas de informação, entretenimento, cultura, contemporaneidade e, etc., e tal.
Tudo para disfarçar um louco retrocesso de convívio social, que se revela absurdo, para quem conheceu outros tempos, mas absolutamente natural para uma juventude sem parâmetros para processarem uma avaliação mais precisa e real, quanto aos malefícios que operam silenciosamentee no físico, no emocional e no contexto vivencial da coletividade.
Toda esta enxurrada começa bem cedo, através dos meios variados de comunicação e se estendem ao longo do dia e grande parte da noite, prendendo atenções e destruindo valores agregativos.
Para mim, com certeza já deu...
Passo e repasso, pois, me nego a reverberar o feio e o grotesco, o abusado e o cruel, o marginal e o inconsequente.
QUE COISA, VIU! ...
A violência há décadas vem crescendo assustadoramente, assim como os excessos também vieram se agregando nas forças policiais, num tsunami sem freios, e nós, até o início das eleições, apenas reclamávamos e nos conformávamos com os rumos de nossa sociedade, apenas rogando a Deus que não nos atingisse diretamente.
Creio que devemos parar de falácias e encararmos o fato de que precisamos estancar a sangria e, concomitantemente, criar políticas sociais que sejam abrangentes e eficazes. Abrangentes, pois precisam abraçar a população de um modo geral, sem que haja qualquer separatismo envolvido e eficaz na sua qualidade. Educação diferenciada e abrangente não se faz construindo apenas unidades e distribuindo diplomas, mas agregando valores que possam verdadeiramente, estruturar crianças e adolescentes, assim como adultos mais adequados ao convívio social e profissional.
Passadas as eleições, como tantas outras, as mazelas permanecerão crescentes em relação a tudo se como povo em uma democracia, hoje tão lembrada e idolatrada, for executada com cidadania participativa.
Políticos não são Deuses, celebridades e muito menos salvadores da pátria. Eles precisam aprender a ser funcionários públicos que atendam as inúmeras demandas com honradez, honestidade e competência, daí, receberem o direito de ter mordomias que não temos e uma legião de assessores que jamais teremos em nossas vidinhas difíceis, onde os nossos erros são cobrados sem dó e sem piedade, pelo sistema no qual estamos inseridos.
Brigar, ofender ou simplesmente se irritar com outro alguém é a maior das insanidades que nos levam a perder o foco das nossas reais necessidades. Um povo que não consegue dialogar com as ideias e ideais com dignidade e respeito, permanece no submundo do atraso e da ignorância de quase tudo, reverenciando imagens e ídolos de barro ou de papel e transformando lobos em cordeiros.
Portanto, acordemos! ...
sábado, 6 de outubro de 2018
RECONHECIMENTO NÃO É MÉRITO E SIM OBRIGAÇÃO.
.
Ontem foi um dia particularmente feliz, pois pude ler uma
mensagem da prefeita Marlylda Barbuda anunciando que a linda e bucólica
Misericórdia, será asfaltada.
Gostei sempre tanto desta localidade que a foto do meu perfil do Facebook sempre foi o seu lindo e acolhedor cais, onde já desfrutei de momentos muito especiais na companhia de pessoas simples, mas absolutamente autênticas e sinceras em seus sentimentos.
Esquecida por longo tempo, se vê agora lembrada e isso é para ser comemorado por todo aquele que, morando ou não na Misericórdia, é capaz de reconhecer a necessidade de renovar as esperanças em relação às suas próprias demandas pessoais, quanto a sua rua e a sua comunidade. Pessoalmente, aguardo também que a alegria que ora sinto, se intensifique, quando o asfalto cobrir a orla de Ponta de Areia e o calçamento da minha bendita rua.
Viva portanto, a certeza de que "tudo vale a pena se a alma não é pequena" (Fernando Pessoa).
Gostei sempre tanto desta localidade que a foto do meu perfil do Facebook sempre foi o seu lindo e acolhedor cais, onde já desfrutei de momentos muito especiais na companhia de pessoas simples, mas absolutamente autênticas e sinceras em seus sentimentos.
Esquecida por longo tempo, se vê agora lembrada e isso é para ser comemorado por todo aquele que, morando ou não na Misericórdia, é capaz de reconhecer a necessidade de renovar as esperanças em relação às suas próprias demandas pessoais, quanto a sua rua e a sua comunidade. Pessoalmente, aguardo também que a alegria que ora sinto, se intensifique, quando o asfalto cobrir a orla de Ponta de Areia e o calçamento da minha bendita rua.
Viva portanto, a certeza de que "tudo vale a pena se a alma não é pequena" (Fernando Pessoa).
sexta-feira, 5 de outubro de 2018
BEIJO BOM COM SAL
Momentos
especiais da vida são inesquecíveis e sempre que podemos, copiamos
ardorosamente o já vivido e em cada ocasião uma sensação diferente, mas todas
recheadas de emoção.
Delícia é
sentir o beijo bom com sal, possível de ser vivido e repetido, entre o sol ardente
e as águas salgadas de nossas praias encantadas.
E aí, você
também já deu e recebeu aquele beijo bom com sal em um dia ensolarado, onde
nada mais existia, além de você, seu amor e a vida pululando dentro de si, em
sensações gigantescas?
Hummm, bom
demais da conta!!!
Com certeza,
só em lembrarmos, nos tornamos pessoas mais sensíveis e por um instante,
revivemos momentos de pura felicidade.
TEMPOS ATUAIS
As emoções
pululam como pererecas no brejo e isto não é nada mal, aliás é ainda muito bom
pensar e constatar que as pessoas, mesmo tendo perdido muitos parâmetros e
consequentes lógicas, ainda bravamente conservam resquícios de cidadania, mesmo
que distorcidos em sua grossa maioria.
quarta-feira, 3 de outubro de 2018
ASSIM CAMINHA A HUMANIDADE ...
Os rumos sedentários dos caminhares humanos até o momento, e tudo indica ainda por muitos tempos, permanecerão atávicos em suas ações e reações, como se permanentemente se enxergassem em campos de batalha, nem que seja duelando com eles mesmos, numa insanidade impossível de ser compreendida pelas raras e preciosas almas, cujas evoluções já se iniciam ainda no ventre, pois trazem em suas composições formatórias as energias advindas de outras naturalezas, cuja base é a vida e tudo quanto nela resida de natural, forte e resistente.
Estudar, buscando conhecimento desta humanidade, só tem uma única função, que é a de se enxergar para, então, procurar corrigir as distorções sempre encontradas pela força destrutivamente poderosa da conivência, que não pede licença e tão pouco se dispõe a colaborar.
As contaminações são inevitáveis pois não há quem consiga permanecer cada instante presente em contínuo alerta.
Todavia, o conhecimento de si e do tudo mais, estrutura e fortalece, criando mecanismos de defesa, através do aprendizado contínuo de filtragem e armazenamento.
Este conhecimento traz um benefício extra, que é a capacidade do reconhecimento, do entendimento e do perdão, atribuições que em conjunto fortalecem e conduzem a um estado de evolução possível e absolutamente gratificante.
Estudar, buscando conhecimento desta humanidade, só tem uma única função, que é a de se enxergar para, então, procurar corrigir as distorções sempre encontradas pela força destrutivamente poderosa da conivência, que não pede licença e tão pouco se dispõe a colaborar.
As contaminações são inevitáveis pois não há quem consiga permanecer cada instante presente em contínuo alerta.
Todavia, o conhecimento de si e do tudo mais, estrutura e fortalece, criando mecanismos de defesa, através do aprendizado contínuo de filtragem e armazenamento.
Este conhecimento traz um benefício extra, que é a capacidade do reconhecimento, do entendimento e do perdão, atribuições que em conjunto fortalecem e conduzem a um estado de evolução possível e absolutamente gratificante.
INTERAGINDO COM O UNIVERSO ...
A tua dor é maior porque vem acompanhada da consciência da perda de quase tudo, inclusive da ingenuidade em acreditar tão somente na capacidade da humanidade em sobrepujar-se ao mal.
Amiga, o mal é convincente, colorido e despido das proibições.
O mal ilude com se bom fosse, na posse integral das almas. Conheces, tão somente uma pequena parte do universo terreno e és incapaz de mensurares a potencialidade do ser humano em burilar o mal a seu favor.
A vaidade que para ti é jamais, para a maioria é sempre, aguçando egos, aliciando mentes, corrompendo almas.
Não te iludas, esta é a raça humana na sua permanente dualidade, da qual, tanto tens escrito, se bem que sem grandes convicções, já que és uma eterna admiradora da grandeza e potencialidade que o humano é capaz de ser e produzir.
O sopro das brisas em tua vida é tão somente a vida através da natureza te saudando a cada amanhecer e em todos os instantes em que te permites relaxar e apenas ser.
terça-feira, 2 de outubro de 2018
VERDE E AMARELO
Eu vivi o antes e o durante da ditadura
do seu início ao seu fim, assim como conheci de perto e na pele os efeitos de
ferir os seus princípios e, apesar disso, posso garantir que mesmo não sendo o
ideal sonhado, foi um tempo onde a juventude verdadeiramente foi feliz, pois
éramos livres para criar todas as maravilhas que hoje, a juventude tenta
conquistar ou usufruir, sem, no entanto, terem a real liberdade para tal.
Éramos setenta milhões de
brasileiros, ricos, pobres ou remediados, mas éramos um povo que sabia sorrir,
compor belas músicas, vencer grandes campeonatos, voar grandes e deslumbrantes
céus, nos palcos do cotidiano.
A política e os políticos sempre
foram oportunistas, os militares vigilantes astutos e severos, mas jamais
tiveram a audácia de dividirem o país em brancos e negros, héteros e homos,
pobres e rico.
As ruas eram parques de diversões a
céu aberto, onde as tribos diversificadas faziam suas festas sem cores
determinadas, além do verde e do amarelo.
Saudosismo, ora se tenho,
principalmente de um tal de respeito e de uma tal de educação familiar que se
perdeu, quando, finalmente acreditamos que o vermelho de uma nova bandeira, era
igual aos nossos sonhos idealistas infantis de Papai Noel.
Trocamos o direito de ter trabalho
pelas migalhas que perpetuam a miséria, os livros e o determinismo das
conquistas pelas cotas e pelo despencar da qualidade do ensino, mas acima de
tudo, trocamos a grandeza da união de nossa gente, pela imprudência cruel do
separatismo.
Trocamos o idealismo político social
sempre impulsionador e principalmente livre, pela alienação de propósitos engessados
e corroídos pelo tempo e pelos seguidos exemplos de fracasso mundial.
Trocamos a liberdade de ser e de
viver pelo caos urbano, o Chopp gelado e o suor tropical nos botecos das
esquinas com os amigos, pelo ar condicionado dos impessoais shoppings.
Fomos consentindo até que como agora, não restando
quase nada, nem mesmo a consciência de que erramos, batemos cabeça uns nos
outros.
Choro então por mim e por minha
pátria, hoje sem bandeira que a represente, sem um povo que a respeite, sem uma
juventude que saiba defende-la.
Faltam cinco dias para as eleições e
nenhuma real esperança adentra em meu coração, só me restando resistir, a
despeito de críticas e ataques das inflamadas e sempre enganadoras, bandeiradas
vermelhas.
segunda-feira, 1 de outubro de 2018
DESPERTAR DE VIDA E LIBERDADE ...
Tens razão em calar-te, tens razão em deixares as lágrimas rolarem, afinal este Deus, que agora vês como um manipulador cruel, capaz de vestir-se de cores camuflativas que te envolvem, lançando-te ao breu vivencial, é o mesmo Deus a quem servistes sofrendo, amando, temendo, por cinquenta e quatro anos de tua existência.
Fostes laçada por este Deus e a ele te entregastes desprovida de qualquer recurso de segurança, porque pensavas que a um pai não se necessita precaveres, afinal ele te guardaria, ser onipotente e onipresente seria suficiente para guardar-te de qualquer mal, bastava tão somente que fosses obediente.
E tu o fostes sim, percebo em tuas lágrimas que tentastes com todas as tuas forças ser uma filha fiel, correta, seguindo cada ordem do pai, reconhecendo em seus desejos o desejo sincero de recompensar-te, mantendo-te em segurança constante.
Ah! Mas este teu pai que tanto exigiu desistiu de ti inúmeras vezes, fazendo-te crer que eras uma criatura incapaz de servires ao pai. E tentavas, mas a qualquer falha lá estava ele com o chicote hasteado, sempre cortando tua temerária vontade, te deixando aos cuidados do Diabo sorrateiro que de teu Pai se travestia a fim de enganar-te. Foram muitas vezes em que te deixastes envolver pelo Diabo Pai, dominador e convincente, que te minou as forças, os sonhos, parte da existência.
Só não contava este Pai Deus, assim como o também Pai Diabo, que entre um e outro houvesse um Jesus camarada que, atuando com a parceria universal, te oferecesse a luz nas trevas que te encontravas, para, então, poderes crer, buscando, o verdadeiro Pai que te amparas.
Chore, abrace este Pai que, finalmente, se apresenta, apalpe-o, sentindo-o na grandeza de seu poder, na imensidão da potencialidade de sua capacidade amorosa e ti entregues sem reservas, pois, onde este Pai habita, não lugar nem para Deus, tão pouco para o Diabo.
Trecho do livro "Deus e o Diabo"- Regina Carvalho
Sentindo
E a pequena lágrima rolou pelo rosto, como se fosse uma gota que o universo gentil, oferece como seiva úmida e nutritiva à folha, nem sempre ressecada, mas sempre ávida de um pouco de atenção.
Bom dia!
Bom dia!
sexta-feira, 28 de setembro de 2018
EU, NA CÂMARA DE VEREADORES ll ...
Pois é,
desta vez entrei sorrindo em um ambiente limpo, já refrigerado e perfumado, o que
vem provar que pessoas observadoras que falam de inadequações, assim como eu,
sempre tem a sua valia, mesmo desagradando aqui ou acolá.
Mas o
assunto hoje, com certeza, será os arranca rabos entre alguns vereadores e
parte da mídia local das redes sociais.
Esse filme é
antigo e, certamente, começou comigo nas edições do Jornal Variedades e depois
com a Rádio Tupinambá, que por algumas ocasiões sofri manifestações de
desagravo às minhas considerações, coisa que faço até hoje.
Provavelmente,
a imensa diferença, resida justo no respeito mútuo que jamais permiti que se
ausentasse, e aí, por isso o confronto jamais tenha acontecido, até porque, o
meu profissionalismo não abre mão do fator primordial que é o meu carinho real
pelas pessoas e a consciência das posturas apropriadas ao ambiente em que me
encontre, criando assim uma barreira invisível, mas poderosa, que contém
qualquer excesso.
Afinal, no
meu entender, nada, absolutamente nada, de certo ou errado, pode ultrapassar os
limites da fraternidade humana que, por sinal, anda em baixa, levando as
pessoas, na defesa de seus ideais ou pontos de vista, a esmagarem as outras
como se fossem tratores desgovernados, tendo na direção motoristas de egos
inflamados.
De repente,
posso estar na contramão dos hábitos atuais, fora das sempre surpreendentes
novidades sistêmicas, meio que velha, carcomida pelo tempo, mas o que eu sei é
que é feio demais ver pessoas que respiram o mesmo ar, pisam na mesma terra e
bebem água da mesma Fonte da Bica, bicando-se sem dó e piedade, desvirtuando o
sentido e a lógica dos interesses comuns que, aliás, deveriam ser unicamente o
foco de qualquer discussão na Casa da Cidadania.
Esses
embates, ao invés de debates, enfraquecem a já frágil democracia, empobrecem o
sistema político e contribuem para o não desenvolvimento do espírito crítico
dos presentes, levando-me humildemente a pensar que ainda precisaremos de muito
tempo para finalmente compreendermos que sem propósitos de bem comum jamais
atingiremos a excelência, seja lá do que for.
Recadinho
Um bom dia
especial, com o poder de um abraço caloroso, assim como o de um sorriso franco
e um aperto de mão sincero. Bom demais!!!!
quinta-feira, 27 de setembro de 2018
BOM DIA! ...
Enquanto
tomava o café da manhã, senti uma vontade imensa de vir escrever e, então, como
uma criança que nada pode esperar, literalmente corri para o computador e aqui
estou, feliz, sorrindo e tentando relatar os meus sentimentos em relação à
vida.
Bom
demais...
Adoro viver
e não me importo se parecer piegas, pois é a minha realidade a cada milionésimo
de segundo em que constato o prazer que sinto e que sempre que posso distribuo
para quem vive ao meu redor, mesmo sendo muitas vezes criticada, afinal, se
sentir continuamente bem, mesmo em situações difíceis, jamais esteve na moda e
fez parte do estereótipo social, ainda mais, nos tempos atuais em meio a tantas
tormentas e desvios de conduta.
O estado de
felicidade está associado ao sentimento de gratidão desde quando compreendi o
privilégio de estar vivendo, precioso ensinamento que recebi de meus pais que,
antes de tudo, não deixaram passar batido, me mostrando as belezas que a vida
oferece e que a maioria das pessoas muitas vezes sequer enxergam, mas que fazem
toda a diferença, quando inseridos na mente e no entendimento lógico do ato
aparentemente banal da vivência.
Pois é,
penso então que, independentemente de qualquer dificuldade, é preciso viver a
vida com felicidade, pois se a finitude não é surpresa, muito menos a
consciência de que os instantes presentes são insubstituíveis.
Então
sorria... Pois a vida é bonita, é bonita
e é bonita!
domingo, 23 de setembro de 2018
ENALTECIDA DEMOCRACIA
Nada como a paz de um domingo ensolarado em meio a este paraíso que é a
nossa Itaparica, para descansar a mente e deixa-la fluir, indo e vindo através
dos anos, décadas, buscando alguma semelhança a qualquer expressão de coerência
governamental e, inevitavelmente, perceber sem assombro, mas com uma dosagem
razoável de desânimo, que falamos mais que exercemos essa, que deveria ser a
bendita democracia.
Como se situar como um democrata fiel se sequer nos enxergamos como
cidadão, a não ser na defesa permanente do que chamamos ser nossos direitos,
mas que, na realidade, são apenas nossos interesses momentâneos, onde o coletivo
simplesmente não existe e, sem o senso do coletivo, não é possível compreender
a extensão da visão de bem comum e, sem ambos, simplesmente não existe
democracia, talvez um arremedo de script, mal escrito através de Constituições flexíveis,
juristas tendenciosos, legislativos precários e executivos aprisionados às
correntes pesadas e abusivas do poder econômico.
E ficamos nós, em sua maioria esmagadora (no que me incluo), a discutir
políticas sem delas nada entendermos nas suas complexidades e, mais uma vez,
comprando mercadorias de quinta, como em finais de feira, onde o preço (no
caso, nossas visões distorcidas), nos parecem mais adequados.
Se meu entendimento é como o lote de bananas e laranjas bem maduras a
ponto de apodrecerem, então, somos convencidos pelo esperto feirante que,
certamente, estamos fazendo um grande negócio.
Mas se somos da casta de compradores abastados, chegamos cedo,
escolhemos o melhor disponível, pagamos além do valor devido e deixamos as
sobras expostas no balcão à disposição da maioria, que até acredita que é feliz
por ter sobras para comprar.
Penso nas aposentadorias públicas e privadas, penso nas moradias (quando
existem), dos públicos e dos privados, penso nos salários, públicos e privados,
penso na saúde pública e privada, penso na infraestrutura pública e privada e
finalmente, penso na educação pública e privada, razão maior que possibilita
minhas ilações dominicais, mas que também frustra na conclusão final.
Que regime é esse que é exercido por um povo que sequer o conhece nos
seus mais básicos fundamentos?
Democracia que é exercitada pelo povo enaltecendo pessoas, quando
deveria controlar ações?
Democracia cuja Constituição fornece espaço para dois pesos e duas
medidas em qualquer de seus artigos, mesmo parecendo tão lógica e contundente?
Democracia em um país, onde o moral e a ética social foram soterradas,
dando um novo significado e direcionamento a mais sagrada de suas atribuições
que é a bendita liberdade de ser e de existir.
Democracia Tupiniquim, Constituição maleável, liberdade de tolos e
inconsequentes.
“Existe um povo que a bandeira empresta
P’ra cobrir tanta infâmia e covardia!…
E deixa-a transformar-se nessa festa
Em manto impuro de bacante fria!…
Meu Deus! Meu Deus! Mas que bandeira é esta,
Que impudente na gávea tripudia?
P’ra cobrir tanta infâmia e covardia!…
E deixa-a transformar-se nessa festa
Em manto impuro de bacante fria!…
Meu Deus! Meu Deus! Mas que bandeira é esta,
Que impudente na gávea tripudia?
Tu que, da liberdade após a guerra,
Foste hasteado dos heróis na lança
Antes te houvessem roto na batalha,
Que servires a um povo de mortalha!”…
Foste hasteado dos heróis na lança
Antes te houvessem roto na batalha,
Que servires a um povo de mortalha!”…
Navio negreiro
– Castro Alves.
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