sábado, 22 de dezembro de 2018

O TEMPO E O PERDÃO


Oficialmente, o verão começou na noite de ontem, o Natal está à porta e um novo ano se aproxima rapidamente, como se tivesse muita pressa de virar a página do livro de nossas vidas, buscando novas perspectivas e um motivo a mais para seguir em frente com otimismo e disposição.
Sentados em nossas cadeiras na varanda, nos aliviando do calor do verão, no outono de nossas vidas, ainda repletos de muito entusiasmo em nos restaurar das muitas queimadas das quais sobrevivemos, mas que deixaram algumas marcas que não incomodam mais e outras que apenas existem para que não esqueçamos que o fogo existe e as labaredas podem se não matar, mas, com certeza, sufocar o melhor de nós, se não estivermos atentos aos apelos cruéis do sistema que criamos e mantemos, como reféns da “síndrome de Estocolmo” a nos aprisionar por todo o tempo.
E neste ir e vir de lembranças doces e também de expurgos emocionais, chegamos à conclusão de que nascemos e crescemos na melhor época do século 20; e dele saímos para uma espécie de reclusão gradativa e espontânea, justo quando compreendemos que, nos novos tempos, não mais existia lugares para os tolos e babacas que insistiam em enxergar a vida e a convivência humana de forma poética e despida da hipocrisia que foi se formando e se fortificando nos últimos 30 anos.
Neste instante, estamos ouvindo um belíssimo pouporri de músicas que percorrem épocas marcantes, onde a qualidade das letras e os acordes induziam ao desabrochar do melhor das pessoas.
Saudosismo?
Com certeza, afinal, como não ter, se aos poucos tudo foi se perdendo em meio a um crescente modernismo, absolutamente necessário, mas que desta vez, veio cruel, atropelando sorrateiramente as benditas etapas que são fundamentais para dar espaço à mente e aos sentidos de irem se adaptando às naturais mudanças físicas e emocionais de qualquer criatura humana.
Olhamos um para o outro e sorrimos, porque nos apercebemos livres para, juntos, carinhosamente nos perdoarmos dos enganos e das muitas fogueiras que nós mesmos iniciamos, deixando que as fumaças e as brasas da nossa insensatez encobrissem em parte o brilho da nossa juventude, maravilhosamente linda.
Mais um ano está chegando e mais juntos do que nunca, nós dois o saudamos!
Que bom!!!

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