Chove lá
fora nesta manhã de domingo trazendo um friozinho ameno e um frescor necessário,
aliviando os ensolarados e calorentos dias desta primavera que promete um verão
ainda mais intenso, pelo menos por estas bandas do Nordeste de águas mornas e
céu sempre brilhante.
Primavera
atípica devido não só a proximidade das eleições, mas também pela
especificidade na forma da população exercer seu papel de cidadão votante, o
que não é inédito, mas com certeza, bastante expressivo e ao mesmo tempo
preocupante, pois deixou bem nítido o separatismo humano e político que se
criou e se consolidou durante esses quase 14 anos de gestão petista no
executivo do país.
Tudo passou
a ter dois aspectos expressivos, sendo um lado de bandeiras múltiplas de pensares
e quereres e, por outro, um conservadorismo sem pautas de discursos, vocação
ideológica e acomodação nada confortável, numa quebra de braço onde, a meu ver,
o conservadorismo foi sendo sufocado ao poder invasivo, desafiador, destemido e
sem cerimônias do ideologismo diversificado.
E nessa
mistura sem receita programada, formou-se o caos que ora se constata, através
de uma eleição pobre de propostas e de qualidades partidárias, deixando parte
do povo de um lado ou de outro como robôs programados sem alma e sem qualquer maior
convicção, além de defenderem o que as circunstâncias sistêmicas lhes acenam
como salvação de um Deus ou de um Diabo que, se bem observados, o que não está
ocorrendo, se fundem numa só panela de frágeis ilusões humanitárias e patrióticas.
Onde estão
os líderes que tanto necessitamos?
Onde se escondem
os benefícios que há muito aguardamos?
Aonde foram
enterradas as crenças, o bom senso e todas as nossas esperanças?
Sinto que
cada um dos lados quer acreditar que tudo ficará bem, quando na realidade o que
se deseja de verdade, por enfado, cansaço, teimosia, loucura ou picardia, é um lado
derrotar o outro, custe o que custar, sem que o país, suas riquezas e seu povo
sejam sequer realisticamente mensurados, num se ficar o bicho come, se correr o bicho pega.
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