domingo, 21 de outubro de 2018

SE FICAR O BICHO COME...



Chove lá fora nesta manhã de domingo trazendo um friozinho ameno e um frescor necessário, aliviando os ensolarados e calorentos dias desta primavera que promete um verão ainda mais intenso, pelo menos por estas bandas do Nordeste de águas mornas e céu sempre brilhante.
Primavera atípica devido não só a proximidade das eleições, mas também pela especificidade na forma da população exercer seu papel de cidadão votante, o que não é inédito, mas com certeza, bastante expressivo e ao mesmo tempo preocupante, pois deixou bem nítido o separatismo humano e político que se criou e se consolidou durante esses quase 14 anos de gestão petista no executivo do país.
Tudo passou a ter dois aspectos expressivos, sendo um lado de bandeiras múltiplas de pensares e quereres e, por outro, um conservadorismo sem pautas de discursos, vocação ideológica e acomodação nada confortável, numa quebra de braço onde, a meu ver, o conservadorismo foi sendo sufocado ao poder invasivo, desafiador, destemido e sem cerimônias do ideologismo diversificado.
E nessa mistura sem receita programada, formou-se o caos que ora se constata, através de uma eleição pobre de propostas e de qualidades partidárias, deixando parte do povo de um lado ou de outro como robôs programados sem alma e sem qualquer maior convicção, além de defenderem o que as circunstâncias sistêmicas lhes acenam como salvação de um Deus ou de um Diabo que, se bem observados, o que não está ocorrendo, se fundem numa só panela de frágeis ilusões humanitárias e patrióticas.
Onde estão os líderes que tanto necessitamos?
Onde se escondem os benefícios que há muito aguardamos?
Aonde foram enterradas as crenças, o bom senso e todas as nossas esperanças?
Sinto que cada um dos lados quer acreditar que tudo ficará bem, quando na realidade o que se deseja de verdade, por enfado, cansaço, teimosia, loucura ou picardia, é um lado derrotar o outro, custe o que custar, sem que o país, suas riquezas e seu povo sejam sequer realisticamente mensurados, num se ficar o bicho come, se correr o bicho pega.

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