quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

POR UM MUNDO MELHOR

Neste final de ano, sem fugir ao padrão de meu comportamento reflexivo, ainda me surpreendo com a capacidade humana em ser totalmente desconectado com a vida, até mesmo quando imbuído das melhores intenções, apoiando campanhas filantrópicas, participando de mutirões de caridade ou doando seu precioso tempo em ações voluntárias, mas, ao mesmo tempo, aceita passivamente envolver-se de cercas elétricas, blindagens de veículos, lavando as mãos, tal qual Pilatos, quando se vê diante dos incontáveis abusos praticados pelos seus semelhantes.
O Natal está chegando e, nem assim, a miséria emocional humana consegue dar uma trégua na sua insanidade generalizada.
Louvado seja um Jesus que compreendeu tudo isso muito claro e tentou com o seu próprio exemplo, evidenciar o amor, característica única capaz de humanizar um tudo mais que nos caracteriza e que nos flagela, transformando-nos a cada instante em seres alucinados, perdidos e amargurados que, por total desespero, finge que suporta esta loucura sistêmica que com uma mão oferece e com a outra aniquila.
Este é um texto que exprime a minha dor diante da psicopatia que assola este mundo de “meu Deus”.
Estas são palavras da busca do entendimento pela existência de tantos horrores.
Afinal, nem mesmo em uma Igreja, Templo ou Sinagoga, podemos orar em paz pelas vítimas do nosso cotidiano que tombam pelas mãos da inconsequência e de uma racionalidade enlouquecida.

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