E aí, de
todas as minhas incompreensões em relação às posturas e avaliações humanas,
existe um aspecto que sinceramente foge à minha lógica de entendimento, ou seja;
como uma pessoa pode se horrorizar com um assassinato, um estupro e
desconsiderar um crime de corrupção pública?
A ausência
do sangue explicito ou das dores emocionais e sistêmicas no que se inclui a
fome , a miséria e as mortes por falta de total assistência de todas as
naturezas das vítimas e dos algozes, empana a empatia, a solidariedade e a repulsa de algumas
pessoas que, afinal, não são assim tão poucas e que me levam a pensar que,
verdadeiramente, somos uma raça chamada humana sem qualquer entendimento no
tocante a vida.
Apontamos o
dedo e gritamos por justiça em relação ao preconceito, ao feminicídio e a
tantos atos repugnantes que nós, seres ditos humanos, somos capazes de produzir
com nossas mãos e mentes, mas desculpamos, apoiamos e defendemos até as nossas
forças se esgotarem a todo aquele que desvia dinheiro público, lesando e
matando um sem número de pessoas independentemente de serem brancos, negros,
gays, crianças, jovens ou velhos e, o que ainda é pior, não acreditando que
toda essa desgraceira nos atinge diretamente, tirando de nós a bendita
liberdade até mesmo para criarmos em nossas mentes redutos de conhecimentos,
mesmo que rasteiros, sobre a vida, convivência, política e, principalmente,
sobre bem-comum.
A história
da humanidade mostra sem véus de camuflagem que esta é uma característica que
existe numa parte significativa da raça humana, onde não há em suas mentes qualquer
real empatia em relação a própria raça, mantendo um abismo arrogante e doentio,
onde o eu e você se apresentam de forma cruel, separatista, burra e inominável,
quando o portador desta característica de personalidade possui estudos que
deveriam ter-lhe proporcionado amplitude de visão, no mínimo humanista.
É, estou no outono de minha vida e
ainda não consigo compreender a pequenez humana.
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