Ontem, assisti
no FITA ao show da Gal e voltei para casa me percebendo estranha e, como
sempre, não banalizo desconsiderando minhas emoções e vou fundo na busca dos
por quês e, geralmente, logo detecto o foco deles, todavia desta vez não
consegui me concentrar pois estava chorosa, mas sem lógica nas razões
possíveis, já que encontrei quase todas as pessoas que me fazem bem e o tudo mais
estava impecável, começando pelos drinques do querido Rogério Santana.
Já em casa,
o tempo foi passando e nada, então, fui dormir com os olhos marejados e com a
mão amiga de meu Roberto fazendo cafuné, num consolo doce e aconchegante.
O dia
amanheceu e cá estou mais que relatando uma fração dos meus instantes, pois
finalmente consegui compreender a minha sensação de vazio e quase tristeza em
meio a tantos apelos de descontração, pois percebi que não eram impressões novas,
pois remeteu-me ao Fita do ano passado, onde também senti igual estranhamento,
mesmo sendo alvo da honra de nele estar no palco participando com a minha
família.
O palco
estava lindo, a praça de alimentação farta e variada, a organização perfeita,
policiamento completo, turistas e veranistas bem vestidos e cheirosos, o
entorno da Praça dos Veranistas estava repleto de carros, atrações variadas e
para todos os gostos e, é claro, nada menos que Gal Costa e Margareth Menezes
para fecharem a noite, mas faltava algo mais importante de tudo, faltava o “povo
de Itaparica”.
Onde estavam
os preciosos moradores da Misericórdia, Manguinhos, Porto Santos, Amoreiras,
Urbis, Marcelino, Mocambo, Barro Branco e tantos mais?
Aonde se
escondeu o sangue vibrante e as batidas vigorosas do coração desta cidade que
fazem dela mais que linda, tão somente especial?
Cadê este
povo sorridente, sempre alegre e cantador que por dois anos seguidos se nega a
participar de um evento tão bonito, tão rico de atrações, emprestando à festa a
vibração de sua presença, numa resistência quase infantil de não comer o doce que
lhe pertence e pelo qual pagou de alguma forma pela sua realização.
Este meu constante
olhar carinhoso sobre esta cidade que amo, fez-me pensar e chorar por não ter
encontrado na festa a alma vibrante do itaparicano, caboclo tupinambá, razão
maior do tudo mais, ficando o vazio cruel da não integração.
Por que
será?
Há de se
pensar...
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