Custei a sair da cama,
o calor dos lençóis me prendia,
mas o hábito me chamou pelo nome
e, como sempre, obedeci.
O café, o iogurte, as torradas,
pequenos rituais de ternura,
que fazem do meu amanhecer
uma alegria escondida em silêncio.
Hoje, o ciúme bateu à porta,
palavra inquieta, sentimento ruidoso,
mesquinho, dizem alguns,
mas tão humano quanto o próprio amor.
Quem nunca o sentiu, mente.
Quem o nega, carrega em dobro.
E eu, confessa,
abraço a fraqueza com poesia.
Porque tudo passa —
até o mais doce dos queijos
derrete na boca e vira memória.
E o tempo, impiedoso,
leva consigo prazeres e perdas,
deixando-me apenas a escrita
como companhia fiel.
Regina Carvalho- 27.9.2025 - Tubarão S.C
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