sexta-feira, 12 de setembro de 2025

MENTES CONDENADAS

Ouço neste instante Franz Liszt, através de um belíssimo solo de piano e inevitavelmente me vem à mente a minha decepção que só vem crescendo na medida que o tempo passa e cada vez mais, preciso medir minhas palavras, afim de não atingir este ou aquele segmento.

Sinto-me colocada num estreito corredor como mais um gado indo para o abatedouro com o único direito de seguir a diante, sem poder de escolha. 

Preciso a cada instante, trocar palavras, contornar ideias, desistir dos ideais e isso é  desesperador, ainda mais, porque não encontro nenhum aliado de luta, já que o cerceamento é geral, restando a liberdade de ser e de pensar, somente à aqueles que mesmo ostentando uma bandeira que foge aos padrões do auriverde, defendem uma nova Democracia que verdadeiramente, não me pertence, justo, porque nela,  não identifico a bendita coerência e liberdade na qual, me espelhei vida afora, onde pensar, mesmo contrariando fortes correntes da intelectualidade, fez crescer o senso crítico e consequentemente, o mundo e a humanidade.


Penso então, que de muitas formas retrocedemos ao encontro da Inquisição, na caça às bruxas e ao holocausto, símbolo mais moderno do bruto separatismo, onde os pensamentos tinham que ser únicos e indiscutíveis e as realidades distorcidas a tão somente a verdade de quem, detinha o poder.

E aí, diante do poder de quem manda, a imbecilidade de que só obedece pelas favas que recebe e a fraqueza ostensiva de quem discorda, resta o absolutismo que hoje, nos tempos modernos, chamam de Direitos constitucionais.

Que faço então, com a ousadia da lógica e da ética, que a duras penas desenvolvi, se aliado a elas, não possuo a expertise de nenhum poder e tão pouco, a sapiência da simples concordância de um gado selado?

E quando penso com a lógica de quem conhece um pouco, o andamento do absolutismo, me aterrorizo em calcular que estes movimentos radicalistas, só estão começando...

Quem viver, constatará.

Regina Carvalho- 12.9.2025 Tubarão S.C

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