quinta-feira, 11 de setembro de 2025

OLAMBENTA, JAMAIS...

Acordei com o coração incendiado pela ideia de que o maior presente que se pode dar a uma criança é fazê-la sentir o milagre de existir.

Ensinar-lhe que o corpo é morada sagrada e a mente, farol que ilumina.

Educar é convidar a perceber os sinais invisíveis do quotidiano aqueles que, de tão próximos, quase se tornam invisíveis.

Não importa a cor, o dinheiro, o lugar de onde se vem.


O que importa é a vontade de cuidar de si, de honrar a casa que habitamos por dentro e por fora.

Quando corpo e espírito dançam em harmonia, até a vida mais dura encontra muralhas de esperança e rios de resiliência.

E haverá fé.

Não a fé que se prende a dogmas, mas a fé que respira no instante: a vida palpável, a vida que nos atravessa e só pede para não ser tratada como trapo esquecido, ainda que adornada pelo ouro frio do mundo.

Bendito o milagre que sou.

Bendita a vida que vibra em mim.

Bendito o amor que posso entregar.

Bendito até o perfume que me falta, pois nele encontro o sorriso da espera: quem sabe amanhã?

Brincar com as carências é acender a chama do otimismo.

É dizer: respiro, logo vivo. E isso basta.

O resto?

O resto deixo para a sabedoria da mente e para a certeza que me acompanha como juramento:

molambenta jamais serei, nem de corpo, nem de espírito.

Simples assim.

Regina Carvalho – 11.9.2025, Tubarão, SC

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