Não se encontra nas lojas para ser comprada, nem nos restaurantes e bares, e muito menos nas simbólicas e famosas caminhadas existencialistas que, a princípio, até aliviam as tensões, mas cujos efeitos são superficiais e não corrigem as distorções mais profundas que se encontram enraizadas em nossos âmagos emocionais. Afinal, a serenidade da paz não se enquadra em agendas programadas de viagens, em qualquer local ou no uso de elementos externos a nós mesmos.
Ela exige uma profunda elaboração diária, onde o equilíbrio, a razão e o amor pela vida vão lentamente minando toda e qualquer resistência criada pelos maus hábitos, estes que, ao se estruturarem, chegam a inverter a nossa percepção da realidade. Muitas vezes, mesmo desfrutando do aparente “melhor”, não admitimos a consequência óbvia que sentimos; e, quando o fazemos, arranjamos milhares de argumentos para não dar o primeiro passo libertador. Assim, optamos pela mesmice entediante do vazio constante, da falta de um propósito amoroso e pessoal, que dia após dia nos transforma em infelizes contumazes.
Pense nisso quando o freio das convenções sociais ou o medo dos riscos tentar travar a sua ânsia de alcançar a paz.
Esta paz é bendita e jamais atrai sofrimentos continuados. As dores que surgem são apenas como as de um parto: intensas no início, mas incrivelmente libertadoras depois.
Com o passar do tempo, ela se instala definitivamente, e nada nem ninguém é capaz de abalá-la dentro de nós. E acredite: em momento algum ela se transforma em indiferença ou frieza, mas sim na serenidade de quem já afastou a cegueira existencial, deixando mente e alma livres para caminharem juntas nos momentos cruciais da vida e da convivência.
Olhar o mundo, as pessoas e a nós mesmos com a clareza da luz divina da vida, enxergando através dela a nossa capacidade de gratidão pelo presente que nos foi dado, afinal, somos completos, uma máquina perfeita, uma ciência exata, alivia qualquer tensão ou pressão sobre nós. Mostra-nos, com simplicidade, o que mais necessitamos para então, sorrirmos espontaneamente com o bendito tesão da naturalidade íntima.
Bom dia!
Regina Carvalho — 17.09.2025 S.C
👇👇👇👇Goles de um café libertador, onde só nós podemos tomar.

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