Entre violinos e piano,
a melodia ergueu-se suave,
era Ave Maria, a canção escolhida
para selar um destino de luz.
Ainda menina, entreguei-me
ao mais doce presente do universo:
um ser paciente, terno,
companheiro de toda uma vida.
Foram cinquenta e dois anos
de amizade, ternura e amor,
sem precisar de adornos,
sem temer tempestades.
O mundo resumia-se em nós,
num abraço que nunca se desfez,
em silêncios compreendidos,
em diferenças transformadas em harmonia.
Hoje, na quinta primavera sem ti,
as lágrimas descem com a saudade,
mas ainda sinto o teu sabor,
mesmo sem poder te tocar.
Fomos manjares dos deuses,
e mesmo que o tempo me roube a tua presença,
bendigo o universo que uniu nossas almas,
para que o amor florescesse eterno.
Regina Carvalho- 22.9.2025 Tubarão S.C
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