segunda-feira, 8 de setembro de 2025

PERFEITA PARCERIA

Na boca o pedaço pequeno de queijo baila entre a língua e o céu da boca, enquanto os olhos fixam a parede de pedra e o corpo repousa sobre o chão de madeira coberto parcialmente por um fofo e macio tapete... espero pacientemente minha alma retornar do passeio matinal na companhia do sabiá. 

Aonde terá ido neste amanhecer de uma nova semana? 

Será que como de costume, sobrevoou, matando a saudade de seu mar em particular ou tão somente, pelo meio do caminho, trocou de carona, decidindo plainar com o beija-flor as matas verdes do lado de cá?


Bendita vida!

 


domingo, 7 de setembro de 2025

sábado, 6 de setembro de 2025

VONTADE VOLUNTÁRIA – Reflexão

São seis horas deste sábado, a caminho da bendita primavera, quando acordei pensando no termo livre-arbítrio (liberum arbitrium), formalmente introduzido pela filosofia cristã no século IV d.C.

A noção já existia na filosofia grega, em pensadores como Aristóteles e Epicteto, que discutiram a capacidade de cada indivíduo controlar as suas próprias escolhas. No entanto, foi Santo Agostinho, bispo de Hipona, um dos primeiros a tratar o livre-arbítrio de forma sistemática, relacionando-o com a liberdade responsável de escolher entre a bondade divina e o mal, consciente das consequências dessas escolhas.


sexta-feira, 5 de setembro de 2025

PERIGO À VISTA...

Ainda nem tinha amanhecido em Santa Catarina e eu, a Regininha madrugadora, já estava dando susto nos vizinhos mais próximos, que provavelmente acordaram pensado que Israel errou o alvo de algum dos infindáveis mísseis direcionados a faixa de gaza ou até, um meteoro ou sabe-se lá o quê mais que um acordar assustado pode imaginar.

Tudo começou às três da manhã, quando, na minha genialidade matinal, fui preparar o café sagrado, esquecendo-me de levantar a tampa de vidro temperado do fogão. Resultado: enquanto eu tentava domar os lençóis emaranhados da cama (porque cama desarrumada é coisa que não suporto), a tampa decidiu fazer “BUM!”.


quinta-feira, 4 de setembro de 2025

"Santo de Casa Deveria Fazer Milagres"

Acordei nesta quinta-feira pensando nas imensas perdas que sofremos em cada canto deste Brasil, tão lindo e poderoso, quando falta o reconhecimento dos talentos locais. Quantos poderiam contribuir para o crescimento das suas cidades, enriquecendo o pensamento crítico e colaborando na avaliação criteriosa do que vem de fora, em vez de ceder o lugar que lhes pertence por direito?

É comum vermos artistas aplaudidos em sua terra natal apenas depois de alcançarem sucesso noutros lugares. A família Gil é um exemplo, como tantos outros que só foram valorizados após a aprovação alheia. Mas, na verdade, deveriam primeiro ser estrelas nos seus redutos de origem, para depois brilharem num céu nacional.


“Focada em Mim”

São oito horas desta quarta-feira amena. A manhã desperta tranquila, tal como a noite anterior, em que não precisei de mantas ou aquecedores. O clima era tão agradável que fiquei a conversar com uma amiga até quase ao nascer do sol. Fazia tempo que não partilhava uma conversa tão leve, tão solta, tão minha.

Penso então: correr para quê, se agora tenho todo o tempo do mundo?

Recordo os anos em que corri demais. Corri por hábitos, por condicionamento, não por necessidade. E nessa pressa, perdi momentos preciosos: boas conversas, caminhadas serenas, atenção aos filhos, pequenos prazeres que teriam trazido enorme alegria se eu os tivesse vivido com calma.


terça-feira, 2 de setembro de 2025

APENAS ASSIM.

Hoje acordei apaixonadíssima...  

Por quem? Por tudo,  

até mesmo pelas minhas fragilidades,  

essas companheiras discretas  

que já me habitam há tanto tempo.  

Não sei esconder paixões,  

contrariando os jogos de sedução.  

Algumas são infantis,  

outras, desmedidas,  

mas todas são minhas —  

e delas não quero fugir.  

Teria sido diferente  

se eu tivesse seguido o caminho  

das mulheres que me precederam?  

Talvez... Mas então  

eu seria cópia retalhada,  

e não o original imperfeito  

que sou.  

Somos parecidas, todas nós:  

determinadas, fiéis, disciplinadas,  

apaixonadas.  

Algumas escolheram a segurança,  

outras, o risco dos sentimentos.  

Mas nenhuma se deu mal,  

pois a vitória se revelava  

em sorrisos francos  

e perfumes na pele.  

E eu?  

Sou o que elas não foram:  

poeta irreverente,  

incapaz de esconder  

uma sequer paixão.  

Ah, que delícia é ganhar o dia  

com uma palavra,  

um olhar,  

ou até uma simples curtida,  

e transformar em poesia e gratidão

a alegria que me visita.  

**Bom dia!**

Regina Carvalho- 2.9.2025 Tubarão S.C



segunda-feira, 1 de setembro de 2025

O MENOS QUE VIROU MAIS...

Incrível. Quase seis e meia deste amanhecer de segunda-feira, primeiro dia de setembro. O céu se abre, mas não escuto um só passarinho. Silêncio estranho. Diferente da minha Itaparica, onde a alvorada é sempre barulhenta e cantada, aqui as aves parecem preguiçosas, adiando o voo. Nem mesmo as maritacas, minhas arruaceiras favoritas, depois dos sabiás vieram hoje cumprir o papel de despertadoras, substitutas dos pássaros do sul, sempre tão lentos a acordar.

Enquanto espero pelo primeiro canto, penso. Penso para não perder o hábito, esse exercício raro, quase clandestino, numa época em que a juventude se deixa hipnotizar pelos segundos frenéticos do TikTok e pelas ilusões instantâneas das plataformas.


PERFEITA PARCERIA

Na boca o pedaço pequeno de queijo baila entre a língua e o céu da boca, enquanto os olhos fixam a parede de pedra e o corpo repousa sobre o...