Quem me lê fazendo análises criticas sobre os comportamentos humanos, sequer pode supor a grandiosidade da minha paixão por este modelo da criação que creio ser de responsabilidade de uma energia superior, única capaz de tamanha diversificação, seja humana ou não.
Na realidade, quando hoje abro a janela a cada amanhecer ou quando, criança de olhos bem abertos me envolvia com tudo que me era possível enxergar, ouvir ou sentir, lá estava euzinha abraçando a vida, aconchegando-me nela, sugando-lhe tudo que me fascinava.
Confesso que sem medo de ser feliz!!!
Afinal, o custo que se paga para se viver o absoluto prazer existencial, sempre é melhor e mais compensador que a constatação das perniciosas e inúteis renúncias...
Todavia, cuidado, afinal, sempre fui uma transgressora e para tanto, há de se ter “corrones” frente os enfrentamentos trazidos pelas decepções que sentimos ou provocamos e com a inevitável sensação de perda ou abandono.
No entanto, aia assim, encanto-me com a vida e com o ser humano, este, sempre a fonte mais profícua de um misto de fascínio e curiosidade, já que sendo apenas, uma unidade única e com sentidos e mente intransferíveis, é capaz de representar na sua composição física e sensitiva, uma infinidade de outras criações e foi esta óbvia descoberta que fez de mim, uma apaixonada contumaz.
Diga aí,
Quem aí de vocês é capaz de já ter sentido o cheiro de um caju, manga, jabuticaba ou qualquer outra fruta de sua preferência, impregnada em outro alguém?
Quem foi capaz de ao pensar em alguém, sentir o calor de um sol de verão ou, o perfume de uma flor de primavera?
Quem já foi capaz de desejar e até sentir, o cheiro da maresia, mesmo estando vivenciando um seco deserto?
Quem já experimentou o medo ou espanto pelos raios e trovões no convívio com alguém, lugar, ou seja, lá, o que for?
Quem se deitou com um tigre, crendo tratar-se de um meigo gatinho?
Quem nunca desejou estar em outro lugar, fazendo outras coisas e até mesmo, na companhia de outra pessoa?
Quem nunca se rendeu ao sistema por medo ou inércia?
Quem nunca se calou para não perder os aplausos?
Quem nunca desejou apenas viver, sem correntes e amarras, sem apelos de variados aspectos como tábuas de salvação?
Quem????
Quem isto ou aquilo sem reconhecer depois, que foi muito louco, covarde, distraído ou felizardo, afinal, não existem certezas, apenas aprendizados, intuições, projeções imaginárias, constatações realísticas, impulsos emocionais, correntes culturais e sistêmicas invisíveis e o bendito universo, repleto de belezas e energias a serem vivenciadas, ficando o tudo mais como especulações e descobertas. E lamentavelmente, como culpas, crimes e castigos.
“Tudo vale apena se a alma não é pequena”- Fernando Pessoa
Regina Carvalho- 29.02.2024 Itaparica
Nenhum comentário:
Postar um comentário