sexta-feira, 16 de fevereiro de 2024

O APOCALÍPSE CARNAVALESCO...

Incrível é a capacidade humana, quanto a distorção dos fatos, afim de adequá-los aos seus propósitos comerciais e mentais.

Não saberia dizer qual o mecanismo emocional que leva um ser humano à pratica de crenças e rituais bizarros, contrariando o bom senso, a lógica, o senso de oportunidade, o ridículo e o que é pior, ao incentivo a polarização que estimula as divisões, os preconceitos e o consequente ódio que por sua vez, destrona o bom e justo, dentro de uma cultura, colocando-se como dono de uma verdade irracional e o que é pior, usando uma suposta felicidade e até mesmo, DEUS, símbolo da honradez e justiça...


Confesso a você que me lê que desde a tenra idade, senti um certo medo em relação as práticas religiosas, mesmo como agora, não vendo sentido em dogmas que parecem que são seguidos pela maioria de seus adeptos, à luz do dia em discursos inflamados e textos incoerentes com as práticas dos mesmos, fora dos templos.

O ser humano precisa dominar seja lá o que for, mas ao mesmo tempo, uma parte de si, precisa se sentir dominado, afinal, existe em si a dubiedade emocional, a inconstância de propósitos e o terrível medo, primeiro de ser rejeitado e concomitantemente da punição Divina que por não saber realmente se existe, se torna desde muito cedo, seu carrasco julgador e executor.

Quanto mais conservadora de costumes e hábitos comportamentais é a religião ou crença, mais avassaladora é o terror mental que imprime em seus seguidores, sempre liderados por um mentor que se coloca como emissário do todo poderoso.

E aí, acostumada a conversar com pássaros e plantas e a sentir na pele, os arrepios prazerosos das brisas, assim como, fechar ou não os olhos e me deixar possuir pela harmonia dos abraços das águas frias de Guapimirim, das praias cariocas ou como agora, das mornas e mansas praias de minha adorável Itaparica, ir buscar Deus para conversar, fora de minha mente, lamentando meus devaneios, derrapadas sentimentais, grotescos erros movidos pela vaidade cometidas no cotidiano, pedir conselhos, senão, na minha própria consciência, onde sinto latente o meu Deus, habitar?

Penso então, em Jesus que teria levado consigo por todo o tempo em suas caminhadas, apenas as suas benditas observações e delas, fazendo analogias entre o homem e a natureza, como indicadores de condutas, ciente de que, sua mente racional deveria ser um indutor sábio e pacífico, afim de aliciar a criatura humana ao equilíbrio individual, freando vontades desnecessárias, baseado num diferencial provocado pela capacidade avaliativa entre o apenas querer e necessitar.

A cada ano, a prática da folia carnavalesca, mais se aproxima do ideário de uma “sucursal do inferno” a depender do local em que esteja sendo produzido e esta realidade é incontestável se bem observada, no entanto, neste ano, fomos todos testemunhas de um racha ideológico entre os “Diabos midiáticos” das supostas alegrias, ambas, verdades pontuais que, tão somente, agregam valores monetários e “famagóricos” para alguns, tal qual, no tudo mais da convivência desgraçadamente humana, incapaz de interpretar o simbolismo do incrível ser humano que chamamos de Jesus que pela lógica, se filho de Deus, jamais se esconderia entre paredes ou se vestiria de brilhos e cores, macetando ou “apocalizando”, aqui ou acolá, preferindo permanecer na mente e na sensibilidade sensitiva dá mais perfeita criação de seu pai.

Pra mim que nada sei e que, apenas busco maiores entendimentos, só posso lamentar que o “Diabo”, tenha se mostrado, tal como é; multifacetado nas aparências, enganador, fingidamente alegre, colorido, sedutor, inocentemente convincente, mas impiedosamente, devastador.

Regina Carvalho- 16.02.2024 Itaparica

*Adoro inventar palavras sem qualquer fundamento etimológico, mas e daí, não é mesmo?

Cada um reserva em si, uma pontinha de esquisitices e no meu caso, bota esquisitices, nisto...

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