Acordei com o barulho da chuva pesada que desabava sobre o telhado e por adorar esse barulho que para mim é como uma sinfonia de Beethoven, permaneci quietinha entre os lençóis, apenas escutando, mas os sons sempre tiveram o poder de trazer borboletas ou sabiás, para que em suas asas eu pudesse pegar carona e simplesmente voar.
Voo na tenacidade de querer penetrar na mente do compositor e em todas as ocasiões, adentro em mim, fazendo emergir as emoções com as quais convivi por toda a minha vida, criando, reforçando ou tão somente, adequando, tudo quanto o meu racional me garante estar acima do meu poder de alterar.
A volúpia dos acordes se altera para mais e para menos, tal qual, esta minha natureza inquieta, quase sempre apressada no querer mais e mais deste esplendor, mas a vida como a batuta de um grande maestro, determina o tempo e as intensidades.
Penso então, neste instante em que a chuva do nada desapareceu que tudo não passou de nuvens, acordes de uma sinfonia universal, cujas intensidades e variantes das notas musicais, estavam na mão do criador, cabendo a mim, tão somente, seguir a partitura, mantendo o meu instrumento afinado e harmônico nesta orquestra universal.
Volto a pensar que música sem tempo e espaço, não cria harmonia, não forma compasso e muito menos, conjunto...
Bendita a música que me estimula a voar...
Benditos acordes que me direcionam aos labirintos de mim mesma.
Bom dia meus amores, no compasso divino da vida.
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