sábado, 9 de abril de 2022

PICADAS, RUAS E AVENIDAS...

Hoje, acordei bem cedinho, mas os meus pássaros, talvez magoados por eu ter ido ontem, me consolar com o morninho mar, resolveram todos sem exceção, seguirem o velho ditado popular que garante que “CHUMBO TROCADO NÃO DÓI e simplesmente, atrasaram suas chegadas, deixando-me ansiosa.


Então, mudo a música instrumental que estava ouvindo, pelo velho amigo Chopin, certa de que o mesmo me manterá harmoniosa, afim de que, com paciência eu possa espera-los, já que algo me diz que não podem passar sem mim, tanto quanto eu em relação a eles.

E aí, penso nas minhas escolhas vivenciais, nem sempre acertadas, o que me renderam preciosos aprendizados que academia alguma jamais me ofereceu e lenço algum, foi capaz de enxugar as lágrimas, assim como as assertivas me proporcionaram na mesma medida, infindáveis memórias de imensas satisfações, mesmo depois de perdidas por quaisquer circunstâncias, levando-me a lembrar de Drummond em seu incomparável poema que diz:

“Amar o perdido

deixa confundido

este coração.

Nada pode o olvido

contra o sem sentido

apelo do Não.

As coisas tangíveis

tornam-se insensíveis

à palma da mão

Mas as coisas findas

muito mais que lindas,

essas ficarão”.

Carlos Drummond de Andrade- Poemas". Rio de Janeiro: J. Olympio, 1959.

Neste instante, já podendo ouvir os pássaros retornando ao nosso jardim, assim como o reluzente sol, penso nas muitas leituras nas quais me debrucei e no muito que elas, abriram picadas, ruas e avenidas por onde passei.

Um sábado de largas avenidas, pra você que me lê.

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