Hoje, acordei bem cedinho, mas os meus pássaros, talvez magoados por eu ter ido ontem, me consolar com o morninho mar, resolveram todos sem exceção, seguirem o velho ditado popular que garante que “CHUMBO TROCADO NÃO DÓI e simplesmente, atrasaram suas chegadas, deixando-me ansiosa.
Então, mudo a música instrumental que estava ouvindo, pelo velho amigo Chopin, certa de que o mesmo me manterá harmoniosa, afim de que, com paciência eu possa espera-los, já que algo me diz que não podem passar sem mim, tanto quanto eu em relação a eles.
E aí, penso nas minhas escolhas vivenciais, nem sempre acertadas, o que me renderam preciosos aprendizados que academia alguma jamais me ofereceu e lenço algum, foi capaz de enxugar as lágrimas, assim como as assertivas me proporcionaram na mesma medida, infindáveis memórias de imensas satisfações, mesmo depois de perdidas por quaisquer circunstâncias, levando-me a lembrar de Drummond em seu incomparável poema que diz:
“Amar o perdido
deixa confundido
este coração.
Nada pode o olvido
contra o sem sentido
apelo do Não.
As coisas tangíveis
tornam-se insensíveis
à palma da mão
Mas as coisas findas
muito mais que lindas,
essas ficarão”.
Carlos Drummond de Andrade- Poemas". Rio de Janeiro: J. Olympio, 1959.
Neste instante, já podendo ouvir os pássaros retornando ao nosso jardim, assim como o reluzente sol, penso nas muitas leituras nas quais me debrucei e no muito que elas, abriram picadas, ruas e avenidas por onde passei.
Um sábado de largas avenidas, pra você que me lê.
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