O domingo da Páscoa nem clareou e eu estou revezando a minha atenção entre a tela do notebook e o tempinho chuvoso e acinzentado lá de fora, acompanhado de pequenos e constantes trovões, querendo encontrar um ponto de partida para escrever sobre a Páscoa, tendo a sensação irreal de que sobre ela, tudo já foi escrito e então, presto a atenção no barulho constante das pesadas goteiras no beiral da varanda e penso no meu Jesus e diriam muitos que levianamente, não lhe dou o devido respeito eclesiástico, pois, comparo-me a ele em meus escritos e por instantes, pondero, afinal, existem limites, quanto a JESUS?
Por que, haveria de existir limites no meu amor por ele e desejar ardentemente seguir os seus passos de sonhador apaixonado pela vida, justo, por compreendê-la simplesmente fantástica e fazendo dela e de tudo que nela existe, a figura do pai Deus?
Por que, não ir fundo na essência de cada elemento e dele extrair o seu melhor para o meu próprio encantamento?
Por que, recear pisar o solo que me abriga e ir caminhando sem porteiras e arames farpados ao encontro do inusitado que certamente me aguarda, tal qual ele o fez, pelos desertos e planícies de si mesmo?
Por que temer enxergar as nuvens que sombreiam o céu e ainda, não deixar de amá-las como mais uma perfeição do pai?
Como não reverenciar o sol, reconhecendo o bendito contraponto que generosamente me inspira a reconhecer em mim, tal como fez a ele, compreender que sem a existência das diferenças e até mesmo do absoluto contrário, não haveria parâmetros para que, pudéssemos enxergar e abraçar a vida por inteiro, permitindo-nos sentir os perfumes, escolher as cores e assim também, degustarmos os sabores e o tudo mais de nossas preferências, justificando com embasamento amoroso as nossa opções e determinando os nossos caminhares existenciais?
Como posso amar o meu Jesus e não desejar copia-lo, não na santidade, mas no aperfeiçoamento vivencial que ele me deixou como exemplo de tenacidade, quanto a sua profunda lealdade ao ar que respirava e que compreendeu de pronto, ainda criança, ser o seu pai Deus, incansavelmente adentrando em si, apenas para renová-lo e nutri-lo e que ao sair, levava consigo para outros oferecer, o que para ele não era necessário a condução de sua vida plena?
Tenho amanhecido nos últimos trinta anos, aperfeiçoando conscientemente, pulmões e mente para como ele o fez, poder seguir caminhando, apenas amando, na busca constante de também, como ele, no percurso ir arrebanhado para o meu todo de criatura humana, um pouquinho do entendimento da grandeza de estar viva e conhecendo intimamente o amor e através deste, me eternizar neste universo que mais que bonito e poético é um celeiro de energias que me inspiram, como inspirou a ele a viver em absoluta paz.
Desisto...
Definitivamente, não sei nesta manhã, o que escrever sobre a Páscoa, pois tudo que me vem a cabeça é o meu Jesus lindo e alegre, austero e irreverente, passional e leal, absolutamente inseparável nesta minha caminhada.
Afinal, faça sol ou faça chuva, apenas seguimos caminhando, sorrindo muito, chorando vez por outra, e até, com uma certa frequência, discutimos e nos pirraçamos, burilando assim a nossa intimidade, numa parceria dos Deuses.
Para você que me lê, neste domingo de Páscoa, ofereço a minha paz, que você pode chamar do nome que quiser, mas que para mim é apenas, JESUS.
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