Nesta quinta-feira, comecei o dia resgatando os meus porquês que determinaram a mulher que me transformei, mas algo aconteceu, afinal, no decorrer do dia senti uma espécie de paralização geral em minha mente, levando-me a pensar, tratar-se de um natural cansaço, já que meus escritos são frutos de muitas e seguidas reflexões e leituras.
Todavia, agora a pouco lendo o comentário de uma querida seguidora, emocionei-me e assim como de repente, senti uma profunda emoção acompanhada de um descortinar de vendas relativas as certezas que há muito, pensara já ter, mas não as tinha, não com a clareza que estou tendo, neste instante em que escrevo.
Nos últimos tempos, venho recebendo carinhosa pressão daqueles que creem que eu não deveria estar aonde estou e muito menos, expondo-me numa luta quase que solitária contra um sistema cruel que desgasta, fere e macula a alma de minha Itaparica.
Luta esta, que ninguém me pediu para entrar, mas que comecei a participar logo que aqui cheguei com o olhar crítico sobre a maldade que era impingida a um povo lindo e absolutamente simples e incapaz de compreender seus mais legítimos direitos.
Ao longo desse tempo, presenciei muitas mudanças comportamentais, muitos saltos partidários em busca do tão desejado progresso cidadão, mas lamentavelmente, também constatei o quanto o ser humano oprimido, pode se transformar em um opressor sem alma, contra os seus, quando lhe é dado o poder e o acesso ao dinheiro público.
Todos sabem de minha paixão pelas águas mornas e mansas de minha Ponta de Areia e de todo o éden que este local representa e é justo, por sentir um legítimo amor que não posso parar esta luta, que ninguém me pediu para abraçar, mas que os meus ideais humanísticos insistem em me motivar.
Por aqui, trânsito na contramão dos interesses partidários, insistindo em levar o bendito senso de pertencimento que precisa ser sempre maior que qualquer partido político ou seu representante.
Persisto, porque preciso acreditar que o bem comum há de chegar neste local tão pequeno, trazendo na bagagem o amor próprio de cada cidadão, num resgate de autoestima que o faça compreender que é preciso dar um basta, nos sempre crescentes egos que os mantém absurdamente escravos da mediocridade educacional, do flagelo da saúde, das ações minguadas emergenciais e das infinitas limitações, até mesmo no ir e vir em seu cotidiano.
Jogo por terra sempre que posso as firulas discursivas que na prática só atendem a uma pequena e esfomeada e geralmente inútil corte que cerca as autoridades, tanto executiva, quanto legislativa, enquanto o povo num conformismo doloroso, vai aceitando o quase nada, por medo de nem isso vir a ter.
Que tristeza, meu DEUS!!!
São tantos os abusos, tantas as chicotadas das improbidades que povo já deixou até mesmo de sentir...
“Senhor Deus dos desgraçados!
Dizei-me vós, Senhor Deus!
Se é loucura... se é verdade
Tanto horror perante os céus"...
Castro Alves- Navio Negreiro
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