Quem disse que a paz é inviolável, uma vez encontrada a estrada da plenitude?
Quem garante harmonia existencial por todo o tempo?
Como afirmar perfeito equilíbrio, sem brechas para o inoportuno?
Quem tudo isso afirma, jamais alcançou este bendito estado de poesia e jamais, vivenciou os tenazes esforços para atingi-lo e menos ainda para preservá-lo.
Não há garantias, não há estagnação, não há podium de vitória continuada...
Um dia após o outro, uma emoção após a outra, uma superação a cada instante...
Ao desejar a paz, eu a imaginei perpétua, ledo engano...
E como o sol, numa contínua disputa com as nuvens, a bendita paz tem como adversário um tudo mais chamado sistema, incansável no puxa e empurra, tendo o precipício do vazio existencial, entre um e outro.
Como manter o equilíbrio para não escorregar e desabar neste espaço aberto sem cor e sem brilho, tendo apenas o rumo da morte?
A paz da utopia, não é real à paz existencial, porque não há marasmo do definitivo na manutenção da paz.
A paz se renova a cada desafio que, incessantemente a instiga, a provoca, tenta destruí-la, porque a paz incomoda, instiga e tenta destruir a dor que a rodeia.
É como Deus e o Diabo duelando por todo o tempo, tendo o vazio do sistema, a dor da ignorância, o medo da vida, como um imenso vazio, pronto a te engolir.
Não receiem, tentando destruir a minha paz, pois ela é resistente e sobrevive além de mim, justo por não ser estagnada, justo por ser energia renovável.
Um domingo de paz renovável a cada instante.
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