terça-feira, 12 de abril de 2022

AROMAS E ESPINHOS

Nesta manhã de terça-feira deste outono que mais parece ainda verão, depois de acordar e dar uma voltinha pelo jardim, respirando profundamente a vida como de hábito, volto e me sento diante do notebook, deixando a mente livre para que esta, percorra os seus próprios labirintos no também hábito de libertar sentimentos e emoções, que ainda estejam aprisionados.

Por pura intuição ou o que é mais certo, pela imensa afinidade que delicadamente, lá atrás ainda na infância me foi estimulado, quando, diante de um vasto jardim, me foi ensinado a tão somente cheirar as flores, jamais maculá-las com a precipitação da posse, assim como pisar leve nos gramados para não os danificar, porque apesar de estarem por debaixo de meus pés, também eram vida.

E aí, vida a fora, nem sempre fui tão cuidadosa no trato com a flores e os gramados, mas a estrada tem sido longa e a generosa vida, foi insistente no aperfeiçoamento existencial, talvez, por isso mesmo, há muito voltei a enxergar e a aspirar as flores com muitos espinhos, assim como pisar levemente nos gramados mesmo que estejam mal tratados, afinal, ainda são vidas que se exibem cada qual, a seu modo, neste jardim que mais tarde fui compreendendo ser absolutamente diversificado, portanto, pisar e aspirar com delicadeza é tudo quanto, posso oferecer de bom que em mim reside.

Compreendi que as rosas em suas magnificas belezas ou o jasmim cuja delicadeza e perfume enfeitam e aromatizam a minha alma, são absolutamente perfeitos, quando respeitados nas suas expressividades, não dispensando o oferecimento da delicadeza de seus aromas únicos, porque assim, é o tudo mais na vida.

Bendita infância, onde o belo me foi apresentado nas suas variantes, assim como o cuidado que eu deveria oferecer a mim, para jamais ferir-me profundamente com um espinho ou furar meus pés num pisar pesado.

Que nesta lindíssima terça-feira, os aromas e as caminhadas sejam por nós respeitadas para que, possamos caminhar levemente, sentindo apenas os aromas, tendo atenção aos espinhos que em tudo existe, mesmo que não nos seja possível enxergar.

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