terça-feira, 5 de abril de 2022

A ÉTICA BANALIZADA

TEXTÃO para ler e refletir.

Coloquei para tocar Ave Maria de Gounod, neste início de tarde desta terça-feira, para que a suavidade da mesma, direcione adequadamente, cada palavra, nesta decisão em escrever sobre os últimos acontecimentos que envolvem a atual gestão, a câmara de vereadores e em particular a vereadora Débora Reis, a quem, juntamente com meu falecido marido, nestas duas décadas de conhecimento, só despertou em nós, admiração e respeito ao lado de seu honrado marido, formando ao nosso ver, reconhecimento às suas lutas quanto, aos seus desenvolvimentos profissionais e pessoais, numa cidade que oferece poucas oportunidades aos jovens empreendedores.


Inicialmente, buscaram estudos, afim de se qualificarem, para melhor gerirem seus negócios e vocações, depois, fincaram os pés na cidade, acreditando no sucesso que desde o início foi alvo de admiração de todos.

Portanto, causa-me dor, vê-la exposta nas redes sociais a ter que defender-se de sérias acusações, que infelizmente, precisam ser avaliadas, com isenção da paixão que nos caracteriza, focando tão somente, nas práticas costumeiras e dadas como perfeitamente normais, mas que na realidade, são brechas profundas qu
e abrem espaço ao desenvolvimento lento, mas altamente corrosivo ao seio da mãe de qualquer sociedade, ferida purulenta que contamina o tudo mais, já fraco e sofrido, como é o caso de nossa Itaparica, aumentando ano a ano, mais que a miséria da fome e da violência, a dos caráteres, que passam a acreditar que é perfeitamente normal, praticas de nepotismo em todas as esferas públicas, como se o toma lá, da cá, não fosse um elo forte do aprisionamento moral na corrente da corrupção, forjando impiedosamente a cegueira induzida e a omissão, frente as infinitas improbidades desenvolvidas com o erário público.

Em cidades minimamente pequenas como Itaparica, cada centavo desviado através do superfaturamento nas licitações, cada pagamento mirabolante a bandas e cantores, cada contrato tendencioso, onde nitidamente, a cidade no seu todo perde, é lamentável para todo aquele que sem os estímulos necessários para uma busca mais eficaz de melhoria autônoma, precisa recorrer as instituições e políticas sociais públicas.

Particularmente, como uma vitrola, tocando um disco quebrado, venho repetindo a mesma faixa de alerta aos senhores vereadores, aos gestores, desde que com minha família em 2003 , editei a primeira edição do Jornal Variedades e em 2011, fiquei a frente do Show da Manhã, na Rádio Tupinambá, na esperança de encontrar, um que fosse que abraçasse a causa bendita de mudança de postura e que, com a galhardia de um legítimo representante do povo, pudesse convencer a outros, da grandeza de seus postos de comando de uma das mais belas e  acolhedoras cidade a beira mar de nosso país.

Não tive êxito em momento algum, mas mantive-me firme no meu propósito, mesmo diante do não alcance financeiro e econômico, infelizmente, perdição da maioria que penetra ou que circula em torno do poder, em ser coerente com minhas convicções, sabedora pelo caminho vivido, que um dia algo aconteceria que viesse abalar as estruturas da mesmice inconsequente, inconsciente e muitas vezes, irracional.

E aí, dói ler que uma pessoa querida, repleta de propósitos com lastro de vida ilibado, uma mãe, filha, esposa, profissional, esteja sendo alvo de acusações, infelizmente, cobertas de lógica e razão, já que ferem os princípios básicos de nossa constituição de 1988, mesmo tendo leis ou a falta delas, que legitimem, não invalidando o fato incontestável de que se são legais, no mínimo são imorais.

Concursos públicos e seletivos deveriam ser tratados com a devida respeitabilidade, onde meritocracia, fosse a porta de entrada de qualquer pessoa a uma função, na qual, se está qualificada e não, ser o que se transformou em simples balcão de recolhimento de inscrições de qualquer espécie, assim, como peneira para tampar o contínuo sol dos acordos políticos.

Nenhum prefeito, governador, presidente de Câmara, secretário, Ministro, ou seja, lá qual o cargo político e público onde tenha que  gerir o erário público, e este desviado, nas muitas formas que a criatividade criminosa opere, e que a justiça chama de IMPROBIDADES, acontece, sem que uma rede de cumplices, esteja formando um cerco de apoio incondicional.

É o contínuo arrastão das benécias que deveria ir para o povo.

Portanto, tudo muito lamentável, até porque, a banalização é tão grotesca, que a maioria no que se inclui os próprios lesados, não são capazes de mensurar o dano que a falta da ética, da moral e dos bons costumes nas atividades públicas, são capazes de causar e aí, trocam-se argumentos tolos, como se a denúncia fosse um ataque pessoal com características  de nomenclaturas contemporâneas que nos foi impingido ao longo dos anos por aqueles que como intenção, desejavam tão somente, confundir valores, soterrando-os com a apresentação do inadequado, criminoso e hostil a sociedade como um todo, enfraquecendo-a, emburrando-a, cegando-a e a marginalizando.

Chegamos a um ponto em que nada é mais confiável na política e muito menos nos políticos.

À primeira vista, parece impossível reverter-se tal quadro, mas as experiências exitosas, poucas, não resta a menor dúvida, provam o contrário.

O Modelo básico veio a partir da cidade de Bonito no interior paulista que, com as ações não de punição, agressão ou desmoralização de quem quer que fosse, mas tão somente, de acompanhamento das ações públicas, encaminhando a quem de direito para julgar e punir se necessário, reverteu em apenas cinco anos, um caos instalado e ramificado de décadas.

No início é assim mesmo, como um estouro de boiada, mas aos poucos, com passos firmes, lógicas argumentativas e cobranças efetivas aos TCM e MP, as mudanças vão surgindo e todos se adaptando a oferecer uma política transparente, onde todos ganham sem que a ética, seja ferida a cada instante.

As cadeiras públicas não podem ser violadas, pela ganância ou pela omissão.

O cala-te boca, não pode mais ser exercido nas coxias, assim, como as diferenças de opiniões e auto defesas, 

não podem ser confundidas com o certo e o errado.

Simples assim, Sócrates já explicava e Platão registrou e assim como ele, infinitos outros pensadores que jamais desistiram em distribuir o melhor que a humanidade pode oferecer a si.

Penso então, como eu poderia ficar omissa se tudo referente a esta cidade e a este povo, me é tão relevante?

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Sou uma velha de 75 anos que só lamenta não ter tido aos 30/40 a paz e o equilíbrio que desfruto hoje. Sim é verdade que não tenho controle ...