TEXTÃO
Neste amanhecer de quarta-feira, ouvindo o gaúcho Yamandú Costa e o nordestino Dominguinhos, num encontro instrumental inesquecível de culturas e gerações, absolutamente distintas, apresentando um show, não menos diversificado de músicas que foram compostas em parcerias onde a diversidade sempre foi uma constante, aliás, assim é a música, sempre sem fronteiras ou qualquer traço de preconceitos, geralmente em parcerias entre a perfeição e o inusitado, provavelmente por esta razão, a música caminhou comigo desde a infância.
Ela, através de seus acordes, educou os meus ouvidos, na seleção tão somente do melhor, ora levando-me a querer dançar, ora a refletir, ora a sorrir, muitas vezes a chorar de emoções, mas sempre a amar.
E foi pautada neste sentimento que por si é adaptavelmente ao rico diferente, atravessei a minha vida até o momento presente, segurando leve as minhas canetas, na composição de meus textos o que em momento algum, foi escamoteando de alguma forma as realidades gritantes que perfilam a condução do comportamento humano, esteja ele aonde estiver fazendo seja lá o quê.
Esta, pensei sempre ser a postura de um cronista, onde não há achismos e então, as citações dos grandes mestres ou de situações já vivenciadas, ajudam sempre a corroborar com a exposição de fatos constantes no convívio humano, o que em hipótese alguma, carrega consigo o dedo acusatório e qualquer tipo de sentença.
Sempre afirmei em meus textos que tenho a alma de humanista, a mente de filósofa e o coração de jornalista, então, esperar de um texto meu, brevidade, instantaneidade é pura ilusão.
Sabedora do gosto das pessoas pelos tão somente títulos estrondosos, no qual, me especializei, também em tempo idos, que atraem a curiosidade e que permitem mil ilações em sua maioria contraditórios e distantes das realidades e em respeito aos meus leitores e aos fatos e pessoas envolvidas nos meus textos, ao lado do título escrevo: TEXTÃO, pois agindo desta forma, lê apenas, quem assim desejar.
Um cronista, um humanista, um filósofo, não se decepciona com as distorções que enxerga e analisa, apenas lamenta e se entristece, pois, geralmente envolvem situações e pessoas que tão somente, assim como ele, estão caminhando numa selva conhecida como SISTEMA SOCIAL E POLÍTICO, também na maioria das vezes, duro e malvado.
Para quem, vez por outra insiste em querer me aprisionar numa CASA DE CABOCLO, jargão usado pela polícia carioca e mineira nos idos do passado, para flagrar meliantes, quero lembrar que perdem tempo, pois, a última coisa que podem esperar de meus textos e de minhas posturas é qualquer intenção ou ação de falta de respeito às pessoas envolvidas.
Ainda causo SURPRESAS, mesmo escrevendo ou falando nesta cidade para as mesmas pessoas ao longo destes deliciosos 20 anos em Itaparica, todavia, também sei que PIMENTA, só arde na garganta da gente, porque na do outro é refresco.
Acho que o ditado popular é assim... Não sou boa nisso...
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