Estou aqui pensando que curtir não é sinônimo de ter lido, assim como ler, não é sinônimo de compreender, ainda mais se o texto for relativamente longo.
A interpretação é sempre muito difícil para a grande maioria, ficando um paragrafo como sinalizador do agrado ou não do leitor, abrindo aí sim, um leque de ilações, amparados nos valores de todas as ordens desta criatura, daí, muitas vezes o autor nas redes sociais, carinhosamente, tentar explicar os comentários, absolutamente antagônicos às reais mensagens que se apresentam no conteúdo.
No meu caso em particular, tenho consciência de que minhas analogias confundem, já que a figura de linguagem, geralmente é usada e entendida nos ditos populares e nas pontuais citações bíblicas e neste caso em particular, tornam-se rótulos que são repetidos incessantemente, sem na realidade, serem absorvidos como referências à prática vivencial.
Interpretar é mergulhar no além da beleza da palavra e expressões impactantes, na busca do cerne do que o autor desejava repassar, na ocasião em que escreveu.
O método que particularmente desenvolvi e que indico é não se ter pressa na leitura e separar o texto em parágrafos e ir-se dissecando cada um deles, buscando coerência ao parágrafo anterior e assim, destacando a importância nele encontrado ou não, montando assim, um quebra cabeça que faça lógica ao próprio entendimento o que nada tem com o fato de o leitor concordar ou não com as premissas apresentadas.
Geralmente indico grifar-se tudo quanto chamou a atenção, tornando-se relevante no discurso de cada parágrafo para em seguida ser analisado e como mais um adendo, posteriormente ser inserido numa conclusão da leitura final.
Ler vários livros por mes, não significa que os mesmos foram assimilados, daí um número muito grande de pessoas que tem na ponta da lingua o nome dos autores e um pequeno resumo da obra que, geralmente acompanha as orelhas ou os prefácios, mas sem qualquer conhecimento mais profundo do sentido expressado no seu todo.
Geralmente, um real leitor, não se contém como uma só leitura, pois, duvida de sua própria interpretação, o que varia de época e situação de todos os níveis em que o mesmo se encontra em cada leitura, o mesmo ocorrendo com quem escreve, uns mais criteriosos que outros, mas todos, no mínimo releem seus escritos no ato do termino ou tempos depois de escritos, fazendo novas avaliações e corrigindo de acordo com suas evoluções avaliativas sobre o assunto em questão.
A falta da devida interpretação se estende também ao que se ouve, levando em consideração a carga cultural que impregna o discurso e que, geralmente não se coaduna com os valores culturais em localidades diferenciadas, levando o profissional, a adaptar seus discursos as diversas regionalidades, nos seus hábitos, costumes e dialetos populares locais, afinal, num país continental como o nosso, uma única palavra tem diferenciados sentidos.
Daí, a minha sempre incompreensão quanto as escolas não darem primazia as interpretações tanto dos textos, quanto dos discursos, estimulando as crianças, não só a lerem, como manterem ao lado dicionários para que busquem imediato entendimento de palavras que lhes sejam desconhecidas.
O senso crítico está intimamente ligado a interpretação do que se lê e do que se ouve, podendo fazer um comparativo com o que observa, sabendo então, separar fatos reais das costumeiras falácias, ou seja: Separa-se o joio do trigo.
Simples assim...
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