...borboletas na mente, coração acelerado e todo o resto que uma paixão avassaladora é capaz de provocar em mim. Emoções que jamais deixarei de me permitir sentir, enquanto eu estiver viva e lúcida.
Ontem, tirei a tarde para passear com a minha filha. Entrámos e saímos de sei lá quantas lojas, e em cada uma delas lá estava um espelho a refletir-me. Em quase todos, parei para me admirar.
Sim, esmiuçando-me apaixonadamente, num reconhecimento gratificante por estar olhando para uma linda mulher que, independentemente da idade, se mantém plena, bem vestida, cheirosa e repleta de vida.
Voltando para casa, obviamente cansada, porque afinal há uma distância de 37 anos entre a minha Anna e eu, percebi-me leve, descontraída e absolutamente feliz.
Joguei-me no sofá, com as pernas elevadas numa almofada, deixando um filme passar na minha mente. Não sem antes respirar fundo, agradecendo a Deus e à espiritualidade todo o potencial amoroso contido em mim, que me nutre de paixão mesmo nos momentos mais difíceis.
Em algum momento da minha vida, fui picada pelo mosquitinho do amor e, como as reações não foram adversas, muito pelo contrário, revelando-se simplesmente deliciosas, viciei-me nas gostosuras que o seu veneninho safado provocava e que tirava de mim o medo de simplesmente me sentir apaixonada.
Neste amanhecer ensolarado de mais um dezembro da minha existência, cá estou a descrever o que sou capaz de sentir de mais alucinante, enquanto este sistema monótono insiste em enviar-me mensagens negativas, tentando enquadrar-me nas filas das “prioridades”…
Penso enquanto escrevo, que sempre amei o quase nada, porque dele sou capaz de criar o inimaginável e simplesmente ser feliz.
E aí, digam-me, qual a pessoa feliz que não se enxerga bonita?
"Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida".
João 8:12
E, sob a inspiração do poeta Thiago de Mello, atesto sorrindo que “Em minha vida, até os girassóis se abrem nas sombras.”
Bom dia para você que me lê.
Regina Carvalho — 3.12.2025, Tubarão – SC

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