...não está somente nas roupas das famosas grifes, nos lustres com seus mais finos cristais, que particularmente adoro, nas raras joias ou nas infinitas criações que o dinheiro pode comprar. Curiosamente, ela também pode ser encontrada num gesto, num olhar, numa ação de solidariedade para com o outro ou nas mais discretas e singelas posturas, mesmo silenciosas, oferecidas por pessoas especiais.
Gabo-me, sem constrangimentos, quando afirmo que, desde sempre, me tornei especialista em detectar as mais autênticas elegâncias, que geralmente são encontradas nos lugares menos prováveis, concedendo a essas pessoas um brilho ainda maior.
A elegância supera qualquer beleza, poder ou recurso monetário, pois reflete a alma, revelando o todo gigantesco da criatura, visível apenas para quem não teme o brilho alheio, mas ao contrário, regozija-se por poder absorver um pouco para si.
Pensando com os meus botões, creio que, infelizmente, a cada dia menos a elegância se mostra no esplendor do seu gigantismo, abrindo espaço para que a brutalidade se expresse, seja na indiferença ou na agressividade, na hipocrisia ou nas aberrações, na falsa visão de liberdade ou no despropósito de se sentir melhor e mais necessário do que o outro.
A elegância começa quando somos capazes de nos perguntar: E SE FOSSE COMIGO?
Regina Carvalho – 02.12.2025, Tubarão (SC)
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