Tateando o novo que, afinal, conheço tão bem, mesmo tendo estado afastada literalmente por 24 anos.
Durante esse período, agarrei-me ao sossego da minha Itaparica para não sucumbir ao tédio em qualquer outra cidade onde o progresso estivesse instalado.
Vez por outra, tudo bem…
Não estranhem esta afirmativa, pois é exatamente assim que me sinto entre prédios, luzes, lojas, carros, gente, buzinas e toda uma parafernália de barulhos e opções que me turvam a mente, lugares de onde preciso sair rápido para não enlouquecer.
Neste amanhecer delicioso, escutando os pássaros e sentindo o cheirinho de mato verde, sinto que rejuvenesço. Absorvo energias que me são afins, emolduradas pelo belo e aí, sim, encontro-me entre o natural e o simplesmente perfeito.
Ainda não tive tempo para relaxar como gostaria; afinal, por experiência, sei bem que precisarei de um tempinho para deixar sair de mim todas as vibrações que, definitivamente, não combinam com a cenografia deste lugar pelo qual me apaixonei ao primeiro olhar, como uma adolescente desejosa de vivenciar tudo na companhia do sonhado príncipe.
Sorrio da minha bobice enquanto escrevo sobre príncipes, romances e expectativas viscerais, num resgate de sentidos e emoções que, a priori, deveriam estar esquecidas, mas que ainda pulsam na memória e no meu todo de mulher. Isso leva-me a deduzir que resistiram ao tempo e às rudezas do longo trajeto…
“Entre o silêncio das árvores reencontro a mulher que sempre fui.”
Regina Carvalho – 11.12.2025
Pedras Grandes, SC

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