A caminhonete dirigida pela Anna, deslizava pela estreita estrada vicinal, desnudando lindas plantações que encheram meus olhos, sempre ávidos por beleza.
O sol estava intenso e o calor parecia penetrar abusivamente através da pele, mas o que importava se como recompensa, meu todo de criatura humana, deleitava-se com a exuberância da natureza, explodindo em fartura.
Os pés de maracujá pareceram-me um tapete verde a perder de vista que, logo estará amadurecido, provocando em mim um salivar de prazer, só em pensar que estou tão próxima e que poderei degustar destas maravilhas.
Se de um lado sorvia da beleza dos maracujás, virando para a esquerda, lá estavam os chuchus empencados, tendo em seus pés, as fartas ramagens de abóbora, induzindo Anna e eu, por algum tempo a nos imaginar produzindo delícias com ambos.
Penso nesta tarde ensolarada ouvindo os trinca ferros disputando com o adágio que ouço, a minha atenção, o que é uma experiência ímpar, levando-me a concluir pela milésima vez, que definitivamente sempre estou, aonde a paz faz morada, portanto, só posso sentir gratidão pelas emoções que afloram de mim, em todas as ocasiões em que o genuíno belo me é apresentado, quando então, não me faço de rogada e o sorvo por inteiro.
Bendita vida que jamais me furtou o grandioso, remetendo-me a frase: “batei e abrir-se-vos-á" encontrada em Mateus 7:7-8 na Bíblia, que é um convite de Jesus para orar com persistência e paixão, afirmando que quem pede recebe, quem busca encontra, e a quem bate, a porta se abrirá, incentivando a fé e a confiança em um Deus que atende às necessidades daqueles que clamam a ele com humildade e confiança.
Regina Carvalho- 13.12.2025 Pedras Grandes SC

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