Há exatamente três dias, estou debruçada sobre os gráficos das folhas de pagamento da secretaria de educação e saúde do município, numa tentativa de entender as lógicas das contratações e seus referidos salários, assim como as gratificações, todas amparadas nas leis, mas em sua maioria imorais se fizermos comparativos com a realidade absurdamente pobre, possível de ser constatada em todas as comunidades, levando-me a concluir que os erros são de base que se repetem a cada gestão, onde um emprego na prefeitura é a moeda de troca de votos e de apoio político, mantendo soterrado a autonomia cidadã, o símbolo maior da liberdade que garante ao cidadão a escolha através do seu voto e suas cobranças cotidianas, padrões mais consistentes de qualificação gerencial de seus governantes.
Até aí, não descobri a pólvora, mas descobri por exemplo que uma coordenadora lotada na saúde, atua como assessora no gabinete do prefeito e que, assim como alguns assessores, ganham mais que um fisioterapeuta, um dentista, um farmacêutico, um nutricionista e, até mesmo de um assistente social.
Descobri por exemplo que existem dois farmacêuticos para um município que carece de recursos para manter os postos de saúde abastecidos constantemente do somatório de remédios que a demanda exige e que pela lógica, dor de dentes, não seria problema, afinal, dispomos de oito dentistas nos postos para atenderem os cidadãos.
Também não compreendi porque, diretores, coordenadores são os funcionários que mais gratificações recebem, dobrando seus salários base, da mesma forma que me intrigou a contratação de arquitetos, engenheiros e acreditem, geólogo, na folha de pagamento da educação, se é sabido que tais serviços ficam a cargo da secretaria de infraestrutura e obras, sempre que são necessários, além de fonoaudióloga que é da área da saúde.
Na realidade, na qualidade de munícipe, só quero entender estas discrepâncias, por favor, quem souber me explique, porque fiz uma continhas meio que bobas, afinal, sou filósofa e jornalista e não economista e concluí que sem essas contratações extras e a diminuição do nítido empreguismo, ter-se-ia dinheiro para fomentar a economia das comunidades, favorecendo a criação de pequenos polos produtivos, onde um número bem maior de munícipes seria beneficiado, assim como os aparelhos e insumos necessários existiriam para que tantos profissionais da odontologia pudessem atender a um povo tão carente deste precioso recurso.
Confesso que em momentos como o de agora, um profundo cansaço me abate, afinal, como fazer o povo entender que se o pirão é pouco, o melhor é plantar mais milho com o auxílio dos vizinhos ao invés de raspar migalhas para o próprio prato.
E os funcionários efetivos como ficam situados neste samba de crioulo doido que a cada quatro anos, altera seus personagens ao bel-prazer do carnavalesco e sua comissão de frente, que diga-se de passagem, nem de longe nos remete a grandeza de um razoável espetáculo da eterna narrativa do “me engana que eu gosto”, já que são megalomaníacos inaptos e pouco criativos, usando muitos dourados, serpentinas e confetes que se desmancham nas lamas das frequentes chuvas tropicais.
E viva os festejos Juninos que segundo a previsão dos especialistas em bandas e festejos, trarão até o São Pedro cerca de 12.000 turistas e veranistas para incrementar a economia da cidade...
Que coisa, viu!!!!
Nenhum comentário:
Postar um comentário