segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

O PODER DA MÚSICA NOS MEUS ESCRITOS

Das artes, acredito que a música é a única sem fronteiras, capaz de ir de encontro sem limites a todos os povos, a todas as demais artes, fazendo a mais completa interação já vista, sem que necessariamente, precise possuir uma letra que a acompanhe, se bem que a meu ver, todo compositor cantarole alguma forma de poema ao compô-la, dando sentido e emoção a cada nota, mas posso estar escrevendo a maior bobagem, no entanto, gosto de pensar que camuflado em cada musicista, haja um grande poeta, pois somente assim, consigo achar lógica nas belíssimas obras possíveis de serem encontradas.



Pessoalmente, adoro escrever ouvindo músicas clássicas, deixando-me embalar pelos acordes e transportando-me para um mundo muito particular, onde posso finalmente, liberar toda a minha mente.
Neste pequeno paraíso, acompanhada de Schubert, Debussy , Chopin, Vivaldi, meus preferidos, literalmente viajo em busca das memórias de todas as naturezas, fontes inesgotáveis de inspirações, deixando-me deslizar através das teclas, hoje do computador, mas anteriormente em dezenas de grossos cadernos, onde registrei emoções e sentimentos sem qualquer freio ou censura, fazendo da arte musical, condutora segura de minha própria arte de cronista, narradora e até vez por outra poeta, num processo maiêutico incansável, creio que na busca de uma evolução pessoal.
Para quê?
Puro prazer, afinal, cada texto concluído, após minutos e até horas de produção, gerou uma busca mental, na procura da melhor palavra, da mais adequada expressão, num aliciamento tão envolvente, quanto o sexual e que resulta na conclusão que é como uma explosão de um magnífico gozo que de tão especial, produz uma paz inenarrável, mas que vicia e induz a querer mais e mais.
E como viciada contumaz, acordo e anoiteço neste colóquio amoroso de muitas buscas, surpresas, pausas e ritmos variados, inspirados pelas não menos aliciadoras músicas, arrancando de meu interior de escrevinhadora, todos os recursos naturais para os sucessivos alisamentos emocionais, acreditando não existir maior fonte de prazer e consequente gozo.
E aí, enquanto escrevo sorrio, choro, suspiro e me alieno do restante do mundo, num misto de reconhecimento de um dom que mesmo solitário é capaz de ser completo, sem que necessário seja, sequer além dos toques nas teclas ou na caneta e no meu caso específico, deixando os ouvidos e a alma captarem as vibrações dos sons benditos da musica que se harmonizam com os demais, criando um clima de autêntico e absurdamente completo orgasmo.

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