Para não fugir a uma velha regra de minha natureza energeticamente emocional que abala o físico, acentuando em cada filamento deste, as vibrações inerentes das absorções sensitivas.
Nesta manhã ainda de verão, acordo e me vejo com todo um filme sendo exibido diante de minha mente.
Envolta em legítima emoção, ora sorrio, ora choro, deixando todo o meu interior de apenas uma criatura humana dolorosamente sofrida, emergir deste labirinto cerebral e de onde, venho há anos, tentando tenazmente encontrar a tão desejada saída e constato, que mesmo que ainda o fizesse por mais setenta anos, ainda assim seria surpreendida, como uma principiante, diante da primeira entrada no palco da vida.
Maravilha é a nossa ciência exata na completude de todo o nosso ser e na eficiência de uma máquina perfeita, mesmo diante da complexidade emocional e de toda a ignorância que reside em relação ao real potencial lógico, no qual, somos dotados.
Grandiosos também são os sentimentos que o nosso todo humano é capaz de produzir, banhando-nos como se fosse uma farta cachoeira, desaguando incessantemente sobre nós e em tudo que a rodeia, gerando vida, preservando vida e se mostrando vida em todo o seu gigantismo.
Maravilhada estou, por poder vivenciar mais esta demonstração da vida em minha vida.
Plenitude só é conseguida através da perseverança incansável, da fé incondicional e da certeza de se estar por todo o tempo, cercado por duas resistentes e fiéis margens contentoras, na busca do tesouro maior que é a liberdade em se reconhecer vida.
Atreladas com os cordões da seriedade de valores e propósitos, o desejo de viver e o anseio pela liberdade, nos mantém sempre na direção correta e sempre indo ao encontro com as abençoadas afinidades que, estejam aonde estiverem, estarão sempre nos aguardando com um olhar terno, paciente e amoroso.
Pensando nisto tudo nesta ainda manhã ensolarada, ouvindo Noturno de Chopin, não poderia deixar de pensar em meu Jesus, companheiro de jornada e que em momento algum deixou de estimular as minhas passadas, quando, percebia o meu natural cansaço e até mesmo desânimo, diante dos muitos pedregulhos, nos quais, precisaria pisar e inevitavelmente ferir-me os pés, fazendo doer a alma.
No entanto, com a bondade de um pai afetuoso, Jesus forrava de amor as minhas solas, para que minhas pisadas fossem amortecidas e minhas dores se tornassem suportáveis.
Para que em momento algum eu me sentisse só, Jesus, amigo e parceiro, fez-me resgatar de minha deliciosa infância, os pássaros e as borboletas, para conversarem comigo, as texturas, unicamente para eu me sentir tocada, abraçada, os aromas, para eu não perder as minhas referências e os sabores para que a fome, não aniquilasse a minha vontade em seguir adiante.
Curvo-me neste instante, reverenciando a vida e todas as preciosidades que a compõe, no que se inclui, os poderosos outros humanos que cruzaram o meu trajeto, adicionando à minha caminhada, todo o potencial amoroso de suas próprias passadas existenciais.
Meu coração, finalmente volta a bater compassadamente, deixando meu fluxo sanguíneo percorrer todo o meu corpo sem pressa, como o dedilhar de um pianista na execução de tão bela melodia, em parceria com tantos outros instrumentos, reconhecendo a cada instante, os movimentos do maestro que, afinal, sou eu.
Bendita vida, benditos parceiros, bendita plenitude que reconheço em mim.
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