domingo, 7 de fevereiro de 2021

APENAS SAUDADES...

Cheguei da praia que estava simplesmente deliciosa e estou aqui pensando, no quanto é difícil perder-se um amor de uma vida inteira.

Lá enquanto me banhava nas águas mornas de minha Ponta de Areia, percebi que não mais fazia sentido eu permanecer sozinha por mais tempo, afinal, este era um hábito diário que muito nos agradava vivenciar.

Saudades de meu adorável velhinho de fala macia, coração tranquilo e olhar de amigo amoroso, sempre disposto a me agradar, facilitando o meu caminhar, retirando as pedras do caminho, espanando qualquer pó que pudesse empanar o meu olhar para a vida.
Atravessamos infinitos momentos difíceis, mas os bons e agradáveis, esses, ficaram como referência maior de uma parceria de uma vida inteira.
Em momentos como os que vivo hoje, desde cedo, só mesmo o sol que tudo aquece é capaz de me fazer acreditar que vale a pena seguir a diante sem ter ao meu lado o meu Roberto.
Não se trata de solidão, apenas uma saudade sem medidas que, nem mesmo todo o meu arsenal criativo é capaz de amenizar.
Saudades de seu cheiro, da textura de sua pele sempre macia e do gostoso de seus beijos.
Saudades de seus abraços acolhedores, de seus cafunés que me faziam adormecer em absoluta paz.
Saudades de seus hábitos insistentes em jamais fechar portas e gavetas dos armários, crendo que já as deixava, apenas para me ouvir reclamar...
Saudades das invenções diárias de comidas especiais que me davam muito trabalho, mas que eu adorava fazer, só para depois, ficar admirando você comer com a boca mais boa do mundo.
Saudades das suas sonsices, das suas negações idiotas e de seu espírito de mineirinho safado, saudades até mesmo das suas cachaçadas.
Saudades da grande dupla que fomos, da amizade sem limites e de um amor de outra dimensão.
Nem minhas borboletas, meus beija-flores e meu sabiá, são capazes de me distrair desta imensa saudade que sinto de você, meu velhinho amado.
Reafirmo neste instante que o pior de você, foi o melhor que encontrei por toda a minha vida.
Meu norte, meu freio, meu tudo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Vale ouvir e refletir