Deus, que maravilha são os musicistas que com seus dedos ou sopros desenham harmonia em nossas mentes, transportando-nos aos nossos mundos interiores e com o poder mágico de lá retirar, tudinho que está nos amolando e apagando o bendito sorriso de nossos rostos, calando a doçura de palavras amorosas que poderíamos estar dirigindo a alguém e escurecendo o brilho de nossos olhos.
Deus, que
benção são os musicistas com seus talentos e dedicações que, dedilham ou assopram
notas que se transformam em melodias que são remédios sagrados a curar os males
da alma.
Deus, que
poder possuem os musicistas que unem nações, interligam mentes, estimulam o
amor e fazem desabrochar por todo o tempo o melhor da criatura humana, não
permitindo jamais que a solidão se estabeleça.
Fecho a
semana turbulenta com o coração manso, a mente tranquila e o meu sempre franco
sorriso de volta, ao som de Yamandú Costa e Astor Piazolla.
Lá fora, a
noite já se deitou sobre nós, trazendo desta vez poucas estrelas a salpicar-lhe
como lantejoulas, mas arrastando do mar brisas fortes, mais parecendo ventos
bravios que fazem os meus coqueiros vergarem-se, como se lhes fizessem
reverência, farfalhando suas folhas que se bem atenta, posso sentir seus sons
se confundirem com a música que ouço, criando um dueto impressionantemente
belo.
Então, se
amo os musicistas, amar-me-ei também por ser capaz de com o dedilhar das teclas
de meu notebook, ser capaz de registar num apanhado de letras, formando frases,
todas as emoções que sou capaz de captar, ciente que antes dos ouvidos, sou
capaz de sentir as vibrações musicais, adentrando em minha pele, percorrendo veias
e vasos e finalmente, se fazendo ouvir nítida e adoravelmente bela.
Amo os musicistas,
os compositores, escritores e pintores. Amo os artesãos do barro, da pedra e do
ferro. Amo a capacidade humana de trazer da natureza com o seu talento, a luz
da nobreza de todas as singelezas da vida que, fazem os rostos sorrirem, os olhos
brilharem e as almas se enternecerem.
E aí, em
meio a todo esse encantamento, penso nas crianças e no quanto, cresceriam mais
adequadamente integradas ao tudo que lhes cercam se em seus desenvolvimentos
cognitivos, lhes fossem oferecido o caminho das artes, o toque das texturas, o
sentir dos aromas e sabores diversos que por elas seriam identificáveis com a
intimidade de um só pertencimento, remetendo-as a um senso de universalidade
pessoal que se transferiria ao tudo mais, em vibrações agregativas de vida e
liberdade.
E neste
instante em que mais uma vez penso nas crianças e nas artes, na consciência e
na vida, deixo minha mente voar para um futuro que acredito há de um dia chegar
e, onde finalmente, estas e outras tantas esperanças dos loucos pensadores,
certamente farão moradas nos cotidianos, assim como na história das civilizações,
tantos outros pensaram e criaram o que ainda hoje, pode ser usufruído.
Pensar para
evoluir, legado imaterial, sem pátria e sem bandeiras, sem donos ou
propriedades, tão somente legados que permanecem na história da humanidade.
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