quarta-feira, 17 de fevereiro de 2021

BOA NOITE


Nesta tarde de fevereiro, que me parece mais encalorado do que já me foi possível observar por estas bandas deliciosas de minha Itaparica, lá estava sentada em meu balanço em busca da brisa refrescante que chega do mar e aí, como sempre o bendito universo conspira a meu favor e de um instante para o outro, a amena brisa vai se transformando em vento forte, fazendo dobrar os galhos da amoreira, derrubando algumas das restantes mangas e farfalhando as folhas dos coqueiros, chegando a derrubar uma que estrondosamente, escarrapachou-se ao chão.
Os pássaros ariscos, logo se esconderam, sei lá aonde, pois, não mais os vi e sequer os ouvi, levando -me a pensar que por algum motivo a brisa se irritou, transformando-se em vento forte, como se brigasse, irritada e trazendo consigo muitas lágrimas pesadas que deitaram-se sobre o gramado, arrancando da terra, seu delicioso cheiro que encantada, sorvi profundamente, deixando o aroma de terra molhada percorrer-me o corpo, fazendo dele minha cura de medos e temores que por ventura ainda residam em mim.
Delícia é conhecer o espaço em que se habita, desvendando seus mistérios que explodem magníficos, mesmo com as ralhas da natureza, exuberando-se em suas infinitas grandezas e poder absorver todo este néctar de aromas e de um visual esplendoroso.
Estou viva neste exato momento para vivenciar toda esta riqueza e isto, é tudo que verdadeiramente importa.
E se toda essa maravilha, fosse pouco, ainda decidi registrar neste pequeno texto ao som de Noturno de Chopin, tudo que acabo de vivenciar, na esperança de me eternizar, tal qual, o precioso pianista e compositor que, colocou no seu tempo, todos os tempos que haveriam de sucedê-lo, através de sua pura e cristalina sensibilidade em tão somente, registrar o belo, o fantástico da vida.
Enquanto escrevo, os pássaros retornam, de onde não sei, mas com certeza voltam e, gosto de pensar que é somente para me desejarem “BOA NOITE”.

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